Semelhantes processos de associação aparecem
largamente empregados pela mente desencarnada, ainda tateante, na existência
além-túmulo.
____Amedrontada perante o desconhecido, que não consegue arrostar de pronto,
vale-se da receptividade dos que lhe choram a perda e demora-se colada aos que
mais ama.
____E qual cogumelo que projeta para dentro dos tecidos da alga dominadores apêndices,
com os quais lhe suga grande parte dos elementos orgânicos por ela própria
assimilados, o Espírito desenfaixado da veste_física lança
habitualmente, para a intimidade dos tecidos fisiopsicossomático
daqueles que
o asilam, as emanações do seu corpo_espiritual, como radículas alongadas ou
sutis alavancas de força, subtraindo-lhes a vitalidade, elaborada por eles nos
processos da biossíntese, sustentando-se,
por vezes, largo tempo, nessa permuta viva de forças.
____Qual se verifica entre a alga e o cogumelo, a mente_encarnada entrega-se, inconscienteme nte, ao desencarnado que lhe
controla a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio até certo
ponto, mas, em troca, à face da sensibilidade excessiva de que se reveste,
passa a viver, enquanto perdure semelhante influência, necessariamente protegida
contra o assalto de forças
ocultas
ainda mais deprimentes. Por esse motivo, ainda agora, em plena atualidade,
encontramos os problemas da mediunidade evidente, ou da
irreconhecida,
destacando, a cada passo, inteligências nobres intimamente aprisionadas a
cultos estranhos, em matéria de fé, as quais padecem a intromissão de ideias
de terror, ante a perspectiva de se afastarem das entidades familiares que lhes
dominam a mente através de palavras ou símbolos mágicos, com vistas a
falaciosas vantagens materiais. Essas inteligências fogem deliberadamente ao
estudo que as libertaria do cativeiro interior, quando não se mostram apáticas, em perigosos processos de
fanatismo, inofensivas e humildes, mas arredadas do progresso que lhes
garantiria a renovação.
[56 - página 106] - Pedro
Leopoldo-MG, 16/3/1958
|