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É bem verdade que, quando a alma está reencarnada, as tribulações da vida são-lhe um sofrimento; mas, só o corpo sofre materialmente.Falando de alguém_que_morreu, costumais dizer que deixou de sofrer. Nem sempre isto exprime a realidade. Como Espírito, está isento de dores físicas; porém, tais sejam as faltas que tenha cometido, pode estar sujeito a dores morais mais agudas e pode vir a ser ainda mais desgraçado em nova existência.
Todas as penas e tribulações da vida são expiação das faltas de outra existência, quando não a conseqüência das da vida atual. Logo que daqui houverdes saído, compreendê-lo-eis.O homem que se considera feliz na Terra, porque pode satisfazer às suas paixões, é o que menos esforços emprega para se melhorar. Muitas vezes começa a sua expiação já nessa mesma vida de efêmera felicidade, mas certamente expiará noutra existência tão material quanto aquela.
As vicissitudes da vida não são a punição das faltas atuais. São provas impostas por Deus, ou que vós mesmos escolhestes como Espíritos, antes_de_encarnardes, para expiação das faltas cometidas em outra existência, porque jamais fica impune a infração das leis_de_Deus e, sobretudo, da lei_de_justiça. Se não for punida nesta existência, sê-lo-á necessariamente noutra. Eis porque um, que vos parece justo, muitas vezes sofre. É a punição do seu passado.
A
reencarnação da
alma em um mundo menos grosseiro, é a conseqüência de sua depuração,
porquanto, à_medida_que_se_vão_depurando, os Espíritos passam a encarnar em mundos cada vez
mais perfeitos, até que se tenham despojado totalmente da matéria e lavado de
todas as impurezas, para eternamente gozarem da felicidade dos Espíritos
puros, no seio de Deus.Nos_mundos onde a existência é menos material do que neste, menos
grosseiras são as necessidades e menos agudos os sofrimentos_físicos. Lá, os
homens desconhecem as paixões más, que, nos mundos inferiores, os fazem
inimigos uns dos outros. Nenhum motivo tendo de ódio, ou de ciúme, vivem em
paz, porque praticam a lei de justiça, amor e caridade. Não conhecem os
aborrecimentos e cuidados que nascem da inveja, do orgulho e do egoísmo, causas
do tormento da nossa existência terrestre.
O
Espírito, que progrediu em sua existência terrena, pode reencarnar
alguma vez no mesmo mundo, desde que não tenha logrado concluir a sua missão,
pode ele próprio pedir lhe seja dado completá-la em nova existência. Mas,
então, já não está sujeito a uma expiação.
Ao
homem que, não fazendo o mal, também nada faz para libertar-se da influência
da matéria, que nenhum passo dá para a perfeição, tem que recomeçar uma
existência de natureza idêntica à precedente. Fica estacionário, podendo
assim prolongar os sofrimentos da expiação.
Há
pessoas cuja vida se escoa em perfeita calma; que nada precisando fazer por si
mesmas, se conservam isentas de cuidados. Entretanto, enganas-te, se pensas que
as há em grande número. Não raro, a calma é apenas aparente. Talvez elas
tenham escolhido tal existência, mas, quando a deixam, percebem que não lhes
serviu para progredirem. Então, como o preguiçoso, lamentam o tempo perdido.
Sabei que o Espírito não pode adquirir
conhecimentos
e elevar-se senão exercendo a sua atividade. Se adormece na indolência, não
se adianta. Assemelha-se a um que (segundo os vossos usos) precisa trabalhar e
que vai passear
ou deitar-se, com a intenção de nada fazer. Sabei também que cada um terá
que dar contas da inutilidade voluntária da sua existência, inutilidade
sempre fatal à felicidade
futura.
Pessoas
há que, não sendo positivamente más, tornam infelizes, pelos seus
caracteres, todos os que as cercam. Inquestionavelmente, essas pessoas não são
boas. Expiarão suas
faltas, tendo sempre diante da vista aqueles a quem infelicitaram, valendo-lhes
isso por uma exprobração.
Depois, noutra existência, sofrerão o que fizeram sofrer. |
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