GUIA.HEU
20 Anos
Das dispersões - Magnetismo curador
Crianças e Adolescentes DESAPARECIDOS
*

____142. Se todos são magnetizáveis (34), nem todos experimentam no mesmo grau os efeitos magnéticos: há pacientes mais ou menos sensíveis. Pode, portanto, acontecer que um se ache momentaneamente incomodado por uma ação radiante muito viva; neste caso a cabeça se torna pesada, o peito se oprime, e em tal emergência faz-se necessário moderar a ação, mas é preciso dispersar.
____Por outro lado, como os efeitos à distância ___ imposições fixas (97) e passes lentos (101) ___ atraem mais especialmente a ação das correntes sobre as partes visadas, e as forças nervosas se acumulam nessas partes (57), acontece muitas vezes que uma ação parcial muito prolongada sobre tal ou tal ponto do organismo, produz nesse ponto uma contratura ou um espasmo que é necessário destruir. Faz-se cessar a contratura ou o espasmo, dispersando parcialmente.
____Existem, pois, processos chamados de dispersão, os quais se deve procurar conhecer. Estes processos se compõem de imposiçõespasses e insuflações.

Imposições de dispersão

____143. As imposições de dispersão se fazem do mesmo modo que as imposições comuns (59,_60_e_seguintes), com a diferença que só a palma da mão deve pousar sobre o ponto que se quer dispersar, e que os dedos, em vez de se estenderem sobre as partes circunvizinhas, devem ser encurvados, postados de pé e afastados no ar, a fim de facilitarem o escoamento das correntes pelas suas cinco pontas.

Passes de dispersão

____144. Os passes de dispersão se compõem de passes transversais e de passes perpendiculares.
____145. O passe transversal faz-se da maneira seguinte: deve-se colocar de pé em frente ao paciente, estender os dois braços para diante, as mãos abertas com as costas voltadas, os polegares para baixo, e a ponta dos dedos a alguma distância do corpo do paciente (30 a 50 centímetros).
____Nesta posição, abrir bruscamente e num golpe seco os dois braços sempre estendidos horizontalmente, e voltar com certa vivacidade à posição primitiva, para recomeçar do mesmo modo. É este movimento vivo e alternado dos dois braços no sentido horizontal, em que cada mão faz, tanto à direita como à esquerda, o papel de leque, que constitui o passe transversal.
____Dispersa-se parcialmente um ponto do organismo fazendo três ou quatro destes movimentos alternados em frente ao ponto que se quer dispersar.
____Se se quer operar uma dispersão geral deve-se executar uma série ininterrupta destes movimentos alternados, começando na altura da testa e baixando sucessivamente a linha de dispersão da testa ao peito e do peito aos pés.
____O passe transversal se executa também com uma só mão, com a mão direita por exemplo, batendo o ar vivamente com essa mão, por sobre a parte que se quer dispersar, como quando se atiça o fogo de um braseiro com um papelão.
____146. Os passes perpendiculares só se empregam no fim das sessões, depois dos passes transversais. Executam-se da maneira seguinte: o paciente fica de pé, coloca-se em um de seus lados, e, pondo-se as mãos estendidas com as faces por sobre a cabeça, desce-as rapidamente, uma por diante e a outra por detrás do corpo até ao soalho. Faz-se assim cinco ou seis passes seguidos, tomando a precaução de afastar as mãos ao subi-las para recomeçar.
____Em vez de colocar-se de lado, pode-se também colocar-se por diante ou por detrás do paciente e fazer, seguindo com as mãos os dois lados do corpo, uma série de passes semelhantes.
____147. Todo o passe de dispersão, quer seja transversal ou perpendicular, deve ser feito com certa presteza; isto constitui principalmente o seu caráter especial, pois quanto mais lesto e mais rápido, tanto mais ele dispersa.

cInsuflações de dispersão

____148. A dispersão pelo sopro se faz soprando frio à distância e com muita vivacidade, como já acima foi dito (140).
____149. Toda a ação à distância, imposições fixas (97) ou passes lentos (101), podem produzir contraturas, como já foi acima referido (142).
____A resolução das contraturas assim produzidas obtém-se pelo toque e os processos de dispersão seguintes: c
____150. Contratura do queixo. ___ Tocar levemente os dois maxilares com a ponta dos dedos, com as duas mãos desde a orelha até o mento, e terminar este duplo contato nesse lugar por uma ação viva de retirada para si, como se quisesse arrancar alguma coisa.
____Se dois ou três passes deste gênero, feitos um após outro, não bastarem para produzir a resolução da contratura, deve-se soprar frio à distância sobre os maxilares, e fazer passes transversais diante da boca.
____151. Contratura do pescoço. ___ Tocar de leve os músculos do pescoço com as pontas dos dedos de ambas as mãos, desde a nuca até abaixo do mento ou por detrás das orelhas até à extremidade das espáduas passando sobre as jugulares, e terminar este passe pela viva ação de retirada prescrita mais acima (150), soprar frio sobre a nuca e fazer passes transversais.
____152. Contratura do braço. ___ Fazer com ambas as mãos, ou com uma só, um passe muito vivo à distância (ou tocando de leve com a ponta dos dedos), desde o ombro até à extremidade do braço, e terminar o passe por uma ação viva de retirada, soprar frio sobre o lugar da sangria e o punho, fazer passes transversais.
____153. Contratura da perna. ___ Fazer com ambas as mãos ou com uma só, um passe muito vivo à distância (ou de leve com as pontas dos dedos), desde o quadril até à extremidade do pé, e terminar o passe por uma ação viva de retirada, soprar frio sobre a curva da perna e o tornozelo, e fazer passes transversais.
____154. Contratura do diafragma. ___ Com ambas as mãos fazer um passe muito vivo à distância (ou tocando de leve com as pontas dos dedos) desde o epigástrio [*] até aos quadris, e terminar o passe por uma ação viva de retirada, soprar frio sobre o epigástrio, e fazer passes transversais.
____155. Contratura geral. ___ Se o corpo estiver em contratura na sua totalidade, fazer sucessivamente os passes de dispersão prescritos mais acima, sobre os braços (152), sobre as pernas, (153) e sobre o epigástrio (154), soprar frio sobre a testa e sobre o epigástrio, e fazer passes transversais da cabeça aos pés (145).
____156. Uma contratura nem sempre é o resultado de uma única e mesma causa.
____Em cada paciente, em razão de sua idiossincrasia e do seu temperamento, as correntes centrífugas e centrípetas estão longe de se equilibrarem da mesma maneira: em um, a contratura virá dum excesso de condensação dispersiva (efeito centrífugo), em outro dum excesso de condensação resolutiva (efeito centrípeto) (108).
____Ora, por outro lado, como as ações magnéticas possuem, conforme sua natureza, um efeito concêntrico ou excêntrico mais ou menos notável sobre as correntes, pode acontecer, em certos casos, que a resolução de uma contratura se obtenha por processos inteiramente opostos.
____Em tal paciente, por exemplo, faz-se contratura à distância e o mais leve contato basta para trazer a resolução; em tal outro, pelo contrário, o menor contato produz contratura e a resolução só se pode fazer à distância. Só a sagacidade do operador é que pode guiá-lo na escolha dos meios apropriados.
____Freqüentemente tive ocasião de averiguar na produção do fenômeno esta singular anomalia, que efetivamente não é mais que aparente, porque ela se prende ao funcionamento natural das forças excêntricas e concêntricas das correntes. Eis um exemplo:c

____Senhorita M..., 28 anos, hipertrofia do ovário direito, contratura de todo o lado direito do corpo.
____Quando no estado magnético, a contratura do lado direito cessa espontaneamente e todos os membros readquirem a flexibilidade. Somente, a paciente é de uma sensibilidade magnética extrema, a tal ponto que o mais leve contato estranho, um simples atrito nas roupas ou na epiderme, bastam para provocar instantaneamente um estado cataléptico, do qual só com muito esforço pode-se fazer sair a paciente e afastando-se dela cinco a seis metros. Um dia ao falar à senhorita M., eu, sem querer, tocara-lhe no corpo; aconteceu que tive de levar mais de uma hora para fazer cessar a catalepsia imediata, produzida pelo meu contato: a manifestação fazia-se lentamente, quando eu me retirava para a extremidade do aposento, mas logo que me aproximava da cama da doente, manifestava-se a catalepsia de novo. Foi-me necessário passar para o compartimento vizinho, cuja porta conservou-se aberta a fim de desprendê-la completamente e, quando após algum trabalho, eu consegui isso, abandonei o compartimento sem reentrar no quarto da doente. Eis aí um caso de sensibilidade magnética inteiramente excepcional, felizmente; mas ele demonstra que, ao contrário do que se passa mais comumente, o contato pode determinar contraturas, em vez de produzir a resolução.

____157. Existe acerca da dispersão uma opinião errônea, que é preciso notar e que provém de um velho preconceito baseado na teoria dos fluidos: alguns magnetizadores acreditam ainda hoje no bom e no mau fluido; os processos chamados purificatórios, que empregam, quer antes, quer depois de cada magnetização, é um testemunho deste fato.
____Quando o doente imbuído deste erro vos diz, ao procederdes à dispersão no fim de uma sessão: "Não tireis mais do meu bom fluido!" ele se engana. Nada se lhe tira pela dispersão.
____A dispersão é uma operação que tem simplesmente por objeto romper a corrente. É fácil de observá-lo quando um braço contraído, mantido horizontalmente em uma posição absolutamente rígida pela contratura, cai de repente sob o impulso enérgico de um único sopro frio à distância ou quando um paciente sensível, conservado durante algum tempo sob a influência da emissão radiante, cai subitamente para trás debaixo do sopro frio rápido que lhe projetais na testa, como se o fio que o retinha preso à magia se rompesse subitamente.
____O desprendimento é uma ação puramente dinâmica.

____________________________________________________
[*] Epigástrio - a parte superior do abdome, entre os dois hipocôndrios.

Ver também:
*