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O médium que produz uma página por
psicografia automática, com os
recursos do seu próprio inconsciente, não está necessariamente fraudando e
sim gerando um fenômeno anímico. É seu espírito que se manifesta. Só estará
sendo desonesto e fraudando se desejar fazer passar sua comunicação por outra,
acrescentando-lhe uma assinatura que não for a sua ou atribuindo-a,
deliberadamente, a algum espírito desencontrado. Como o espírito do médium (Alma) também pode comunicar-se - e o faz como espírito, segundo nos assegura a codificação e não como ser humano -, é bem possível que ele tenha uma bagagem espiritual respeitável e uma experiência consolidada por inúmeras vidas que o autorizem a produzir uma comunicação de elevado teor, perfeitamente aceitável do ponto de vista doutrinário e moral e tão autêntica quanto as de origem espiritual, de responsabilidade de seres desencarnados. Após sensatos e oportunas observações de quem sabe do que fala, Delanne acrescenta:Parece-nos, portanto, indispensável lembrar que somos mais ricos do que geralmente julgamos. Abaixo da consciência jaz um maravilhoso depósito de documentos inexplorados que têm algo a ensinar-nos sobre o próprio substrato da individualidade, da qual depende nosso caráter. Suponhamos, para argumentar, que, reencarnado em futura existência, um espírito da competência de Erasto ou de Timóteo, de Delanne ou de Kardec produza textos anímicos por psicografia automática, sem nenhuma interferência de seres desencarnados. Certamente teremos a aprender com eles, ante a riqueza de seus conhecimentos e experiência a que se refere Delanne no trecho há pouco transcrito. Seria desastroso rejeitar suas produções apenas porque não se consegue detectar nelas quaisquer sinais de origem rigorosamente espírita. Mais adiante, prossegue Delanne A escrita automática poderá trazer ao nosso conhecimento textos perfeitamente coordenados, soluções de problemas considerados insolúveis pelo sensitivo ou ensinamentos que nos parecerão inéditos, sem que atribuamos, necessariamente, tais produções a espíritos desencarnados. O julgamento de textos, portanto, não deve ser conduzido à base de impulsos e desconfianças apriorísticas e, sim, após criterioso exame crítico de forma e fundo, de conteúdo ideológico e doutrinário.
O que é preciso evitar, em tais circunstâncias, é criar uma atmosfera de suspeição em tomo do médium. Por duas válidas e significativas razões.
Hermínio C. Miranda http://www.espirito.org.br/portal/ artigos/diversos/mediunidade/ animismo-herminio-miranda.html |
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