GUIA.HEU
20 Anos
página acima: Após a morte
Sacerdote após a morte
Crianças e Adolescentes
DESAPARECIDOS

____Os desvios das almas que receberam tarefas de natureza religiosa são sempre mais graves. Existem religiosos que, contrariamente a todas as esperanças de nosso plano, se entregam completamente ao sentido literal dos ensinamentos da fé. Recebem os títulos sacerdotais, como os médicos sem amor ao trabalho de curar, ou como os advogados sem qualquer espécie de devotamento ao direito. Estimam os interesses imediatos, requisitam as honrarias humanas e, terminada_a_existência_transitória, se encontram em doloroso fracasso da consciência. Habituados, porém, ao incenso dos altares e à submissão das almas encarnadas, não reconhecem, na maioria das vezes, a própria falência e preferem o encastelamento na revolta lamentável, que os converte em gênios das sombras. Neste particular, devemos reconhecer que semelhante condição, neste lado da vida (após a morte), é a de todos os homens e mulheres, de inteligência notável, com primores de cultura terrestre, mas desviados do verdadeiro caminho de elevação moral. Comumente, as pessoas mais sensíveis e cultas criam o mundo que lhes é peculiar e esperam furtar-se à lei de testemunho próprio, no campo das virtudes edificantes. Acostumadas à fácil aquisição de vantagens convencionais na Crosta, pretendem resolver, depois da perda do corpo físico, os problemas espirituais pelo mesmo processo, e, encontrando tão-somente a Lei, que manda conceder a cada um segundo as suas obras, não raro agravam a situação, internando-se no escuro país do desespero, onde se reúnem a inúmeras companhias da mesma espécie. Dentre as criaturas dessa ordem, sobressai a elevada percentagem dos ministros de várias religiões. Referindo-nos apenas aos das escolas cristãs, verificamos que a maioria não pondera na exemplificação do próprio Mestre Divino. Ceifam os olhos e ouvidos aos sacrifícios apostólicos. Simão Pedro, João Evangelista, Paulo de Tarso, representam para eles figuras demasiadamente distantes. Apegam-se às decisões meramente convencionais dos concílios, estudam apenas os livros eclesiásticos e querem resolver todas as transcendentes questões da alma através de programas absurdos, de dominação pelo culto exterior. Erguem basílicas suntuosas, olvidando o templo vivo do próprio espírito; homenageiam o Senhor como os orgulhosos romanos reverenciavam a estátua de Júpiter, tentando subornar o poder celeste pela grandeza material das oferendas. Mas ai! esquecem o coração humano, menosprezam o espírito de humanidade, ignoram as aflições do povo, a quem foram mandados servir. E, cegos aos próprios desvarios, ainda aguardam um Céu fantástico que lhes entronize a vaidade criminosa e a ociosidade cruel.

____Para estes, a morte_do_corpo é um acontecimento terrível. Alguns enfrentam, corajosos, a desilusão necessária e proveitosa. A maioria, porém, fugindo ao doloroso processo de readaptação à realidade, precipita-se nos campos inferiores da inconformação presunçosa, organizando perigosos agrupamentos de almas rebeladas, com os quais temos de lutar por nossa vez... Quase todas as escolas religiosas falam do inferno de penas angustiosas e horríveis, onde os condenados experimentam torturas eternas. São raras, todavia, as que ensinam a verdade da queda consciencial dentro de nós mesmos, esclarecendo que o plano infernal e a expressão diabólica encontram início na esfera interior de nossas próprias almas.

____Os que caem por ignorância aceitam com alegria a retificação, desde que se mantenham em padrão de boa vontade sincera. Os que se precipitam no desequilíbrio, porém, atendendo à sugestão do orgulho, experimentam grande dificuldade para ambientar a corrigenda em si mesmos. Precisam edificar maior patrimônio de humildade, antes de levarem a efeito a restauração imprescindível.

[16a - página 260] - André Luiz

*