GUIA.HEU
20 Anos
Levitação - Estudo das reações mecânicas
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Crianças e Adolescentes
DESAPARECIDOS

CAPÍTULO XV, do livro "MECÂNICA PSÍQUICA", 2ª Edição - 1975, de W. J. Crawford
LAKE - Livraria Allan Kardec Editora

____Até agora supus que se o médium não sentia o peso da mesa transferido a si durante a levitação, é que a reacão difundia-se por todo seu corpo. Mas esta explicação não pode conter senão uma pequena parcela de verdade. Poderia ser suficiente se a reação total jamais se elevasse acima de 4 ou 5 quilos; na realidade, freqüentemente é muito maior. Em certos casos, a reação total se eleva no mínimo a 50 quilos. Mesmo que estivesse difusa, o que não é freqüente, podemos pensar que causa certo embaraço, sobretudo quando é variável e repentina. Hoje penso que, durante o fenômeno, o médium, ainda que seu cérebro praticamente esteja no estado normal, acusa certa insensibilidade, como aquela que pode produzir a hipnose. Esse estado próprio, a meu ver, é desejado pelos operadores para subtrai-lo às ações mecânicas que se exercem sobre seu corpo. Um dia em que o médium estava em transe, o controle (*) declarou que iria torná-lo insensível à dor. Mlle_G. sofria de uma queimadura ainda não cicatrizada, num cotovelo; todavia bateu os dois com força sobre a cadeira e pareceu sentir-se bem. Ao despertar, não sentiu nenhuma dor. Um amigo, em quem deposito toda confiança, foi testemunha de um caso semelhante que se produziu com outro médium na Inglaterra. Uma mesa pesada, sobre a qual se achavam sentados vários homens, caiu, repetidas vezes, sobre o pé do médium. Este não ficou ferido e nada sentiu mais tarde.
____Assim é provável que a insensibilidade às reações fortes e várias produzidas sobre o corpo do médium, seja devida a algum estado particular de seu corpo. Damo-nos conta também quando são feridas pancadas vigorosas sobre o assoalho. Essas pancadas, às vezes repercutem fortemente sobre o corpo do médium (cf. exp. 75) que delas não tem consciência.
____Uma questão que provocou muitas discussões, foi o fato de que, durante a levitação da mesa, o médium nunca manifestou propensão a soçobrar. Se a teoria_da_alavanca é exata, contudo deve se produzir um forte momento de torsão, mesmo quando a mesa é o único corpo suspenso, com maior razão se um homem faz pressão vigorosamente sobre ela. A mesa é erguida habitualmente a uma distância de 75 cms. do tronco do médium; com uma força vertical de 25 quilos, o momento de torsão é de 19 quilogrâmetros: energia relativamente considerável e que deveria causar embaraço ao médium. Porém isto não acontece.
____Durante as sessões comuns de demonstração (as quais se distinguem das sessões experimentais) Mlle G. está sentada numa grande poltrona, com braços de madeira. Nesse caso, seu próprio peso, o peso de sua cadeira e a pressão de seus pés sobre o assoalho são suficientes para contrabalançar o maior momento de torsão que até agora lhe foi aplicado durante uma levitação comum.

Exp. 1. — Perda de equilíbrio do médium na levitação.

____Coloquei o médium em uma báscula cuja força era de 400 quilos, sensível a 100 grs. e, sem dar a conhecer minhas intenções, operei como nas minhas primeiras experiências, acrescentando a cada levitação um novo peso de 4 quilos 600 sobre a mesa. Esta não possuía nenhuma barra transversal e os pregos e parafusos haviam sido, tanto quanto possível, eliminados. Seu peso era de 3 quilos 650.
____Na levitação unicamente da mesa, a reação sobre o médium no primeiro instante foi de 4 quilos 950 a uma altura de 10 cms.; alcança então seu valor normal mínimo, 4 quilos, à altura dos joelhos do médium. Para uma sobrecarga de 4 quilos 550, isto é, por um peso total de 8 quilos 200, a reação foi de 8 quilos 500. Enfim, por um peso total de 12 quilos 650, a reação de 13 quilos 050. Esses resultados alcançam aproximadamente 200 grs.
____Até esse momento, o médium nada sentiu; mas quando coloquei o terceiro peso de 10 libras sobre a mesa, o que perfazia um total de 17 quilos 200, e quando a mesa começou a se erguer, seus pés, que estavam firmemente assentados sobre a báscula, deslizaram mais para diante sem possibilidade de se deterem. A mesa não ficou no ar mais que um instante. Então fiz colocar os pés do médium atrás da máquina, o mais distante possível; mas durante a tentativa seguinte, seu busto mergulhou para frente e a mesa caiu. Dizendo-lhe para segurar a barra da báscula com as duas mãos, o estrado_da_máquina e o médium foram arrastados para diante. Finalmente, pedi ao pai_de_Mlle_Goligher_e_a_seu_cunhado, os quais achavam-se sentados a seu lado, retê-la pelo ombro, enquanto ela se agarraria solidamente à barra da báscula, e colocaria seus pés o mais distante possível sobre o estrado. Obtivemos assim uma levitação que teve a duração de cerca de 10 segundos. A báscula registrou 20 quilos. É verdade que o médium não mais se achava isolado. Aliás, ele não sentiu nenhuma espécie de pressão sobre o corpo, mas um impulso irresistível em abandonar a báscula, como se estivesse sentado numa cadeira de balanço.

Exp. 2. — Perda de equilíbrio do médium fora da báscula.

____Fiz o médium descer da báscula e o fiz sentar dentro do círculo, em sua cadeira habitual. Durante a levitação coloquei sucessivamente sobre a mesa 3 pesos de 10 libras, sem que ela descesse, como na exp. 1. Aumentei os pesos, duas libras por vez, até 19 quilos 900. Diversas vezes o corpo do médium foi atraido fortemente e a mesa caiu. Um último peso de 4 libras fez balançar a cadeira na qual Mlle G. se agarrava e a mesa voltou ao solo. Elevou-se novamente quando retirei os pesos. Fazendo forte pressão sobre a mesa em levitação, constatei que ora o médium se virava, ora ficava imóvel. Pareceu-me que os operadores chamavam minha atenção para alguma coisa. Perguntei-lhes se algumas vezes não apoiavam a alavanca sobre o solo. Confirmaram veementemente essa hipótese e, a meu pedido, usaram alternativamente os dois meios. Quando o médium não se contorcia, é que não era usada a verdadeira alavanca encaixada. Os operadores assim agiam quando a pressão era muito forte (acima de 15 quilos), para proteger o médium. Mas não aprovavam esse método que cansava a estrutura e exigia um grande gasto de energia para manter sua rigidez.

Exp. 3. — Prova do ponto de apoio sobre o solo.

____Empreguei um indicador que consistia em duas placas finas de madeira de um dm. quadrado separadas por duas molas leves formando contato elétrico. Desde que haja pressão, uma campainha toca. Tendo colocado o aparelho sob a mesa, pedi aos operadores que a erguessem,...

____No primeiro caso, a campainha não tocou. O acréscimo de peso do médium era de 5 quilos 300, ou seja aproximadamente o peso da mesa, 5 quilos 100.
____No segundo caso, a campainha se fez ouvir alguns segundos antes da levitação. Desta vez o médium diminuiu de 1 quilo 350, o que justifica as afirmações dos operadores.

(Ver: Análise dos resultados)

Exp. 4. — Marca do pé da alavanca.

____Pedi aos operadores que recomeçassem esta última experiência apoiando a parte inferior da alavanca sobre argila para modelagem. A levitação durou uns doze segundos. Examinei a argila. Mostrava uma grande marca irregular de 8 cms. por 6. Estudarei mais tarde a forma dessas marcas.

Exp. 5. — Efeito de uma pressão muscular sobre uma mesa em levitação.

____Há muito desejava saber qual o efeito produzido sobre o peso do médium pela pressão exercida por um homem sobre a mesa. Minha mulher apoiou-se então uniformemente durante a levitação. O acréscimo foi de 8 quilos 850. Sendo o peso da mesa de 3 quilos 650, a pressão muscular exercida foi de 5 quilos 200 se, como é muito provável, os operadores tenham feito uso da alavanca comum.

Exp. 6 a 8. — Reação da alavanca sobre o solo.

____Certos fatos constatados nas experiências ulteriores, fizeram-me duvidar do aumento de peso do médium enquanto a pressão era exercida sobre a balança de molas colocada sob a mesa (cf._exp._55).
____Pensei então que esse acréscimo era causado por um movimento brusco do fiel no instante em que a mesa caia e que ele não havia sido continuo durante a levitação.
____Para esclarecer os fatos recomecei a experiência instalando sobre o mostrador da balança um dispositivo de contato elétrico (cf._exp._54). Coloquei o marcador em 8 quilos 600. Quando a agulha atingiu essa cifra, a campainha tocou, e eu vi então que o peso do médium havia diminuido de 5 quilos 850. Por conseguinte, minhas suspeitas tinham fundamento. Ainda que o marcador da balança tenha sido fixado em 8 quilos 600, tenho razões para crer que a pressão exercida pela alavanca era um pouco maior de 2 a 3 libras. Sendo o peso da mesa de 8 quilos 600, a reação clara da alavanca era de 6 quilos 500 o que não está muito longe da diminuição de peso do médium.
____Uma segunda experiência, realizada em duas partes, deu um resultado incerto.
____Uma terceira série de experiências revelou para diminuição de peso do médium os seguintes números:

  • 6 quilos 550, 6 quilos 550, 6 quilos 900
  • e para a pressão clara sobre a balança (pressão total reduzida do peso da mesa): 7 quilos, 5 quilos 460, 6 quilos 350.

____Esses resultados devem ser considerados exatos com uma aproximação de 500 grs. Mostram com exatidão que a pressão exercida sobre a balança, reduzida do peso da mesa, é igual à diminuição de peso do médium. A diferença das leituras sobre a balança, provavelmente provém da alavanca encaixar-se no corpo do médium em diferentes alturas.
____Essas experiências são satisfatórias, pois demonstram que:

  • 1º Em seu conjunto, a teoria_da_alavanca é correta
  • 2º não constitui senão um método de levitação
  • para os corpos pesados cuja elevação perturbaria o médium, a alavanca toma um ponto de apoio entre esses corpos e o médium.

____Em minha primeira série de experiências, jamais descobri alguma reação sobre o solo. Eu operava com corpos leves, mas é possível que os operadores se tenham utilizado do mecanismo mais simples para não me embaraçar.
____Voltemos agora à exp, Nº 2, na qual o médium e sua cadeira oscilaram. O centro de gravidade do médium sobre sua cadeira estava a cerca de 25 cms. da beira do assento e o peso total atingia 59 quilos. O momento produzido pode ser calculado em 0,25 x 59 -- 14 quilogrâmetros. é equivalente àquele produzido pelo peso da mesa multiplicada por sua distância à beira do assento, o que comprova a teoria exposta.

Exp. 9. — Levitação de uma mesa caída.

____Os operadores têm grande dificuldade em resvalar a alavanca sob uma mesa caída. Fomos obrigados nós mesmos a erguê-la uns 30 cms. pelos pés, após o que eles a sustentaram, não sem ter tido alguma dificuldade em obter o equilíbrio, pela posição mais elevada, do centro de gravidade. Aliás, a mesa não estava sustentada somente pela parte de baixo, estava segura pelos pés, como poderíamos nos certificar, sacudindo-a.
____Resulta desta experiência que a estrutura_psíquica necessita de espaço para mover-se, por conseguinte, que tem uma existência física real.

Exp. 10 e 11. - Pressão para manter a mesa colada ao solo.

____Estando a mesa caída ao solo, pedi aos operadores que aí a colassem como na exp._24 e mantivessem sua constante pressão enquanto minha mulher tentava erguê-la pelos pés. A diminuição de peso do médium, durante essa tentativa, foi igual a cerca de 16 quilos. Com pressões menos fortes, obtive cifras inferiores a esse maximum.

Exp. 12. — Cálculo da pressão nas experiências precedentes.

____Estando o médium sentado sobre a báscula, coloquei uma mesa virada, sobre uma báscula menor, marquei a tara (5 quilos 150) e impeli o carro até 12 quilos 700. Pedi então aos operadores que colassem a mesa ao estrado até equilibrar essa nova tara. Após duas ou três pequenas correções, eles conseguiram e conservaram um equilíbrio permanente. Sobre a báscula grande, a diminuição de peso do médium foi de 7 quilos 700. Sendo a pressão exercida sobre a mesa de 12 quilos 700 — 5 quilos 150 — 7 quilos 550, vê-se que ainda uma vez mais a teoria é confirmada.

Exp. 13. — Experiências com o médium num assento giratório.

____Restava-me descobrir o que aconteceria se o médium estivesse sentado num assento giratório. Construi esse assento reunindo duas bicicletas, mediante uma prancha colocada transversalmente sobre os para-lamas. O médium sentou-se em sua cadeira habitual até que os operadores houvessem dado os três raps, indicando que se achavam prontos.
____Realizamos as mesmas experiências, alternadamente, os pés no solo ou suspensos, mas foi pequena a diferença. As mãos seguras fortemente pelos assistentes, o médium ficou perfeitamente tranquilo ao meu lado.

  • 1ª Tenfativa. — Foi pedido aos operadores que erguessem a mesa. Conseguiram somente movê-la, erguer um dos ângulos e arrasta-la sobre o assoalho.
    • Durante esses movimentos, o assento giratório foi fortemente atraído em direção à mesa. Tive que fazer um grande esforço para retê-lo e quando o larguei, a mesa, que já se encontrava erguida nos três pés, caiu novamente. A posição do médium era pouco favorável para os operadores.
      Finalmente, tendo minha mulher erguido a mesa a 30 cms. do solo, conseguiram os operadores agarrar o móvel pela parte inferior. Tendo minha mulher largado a mesa, esta caiu lentamente ao solo.
  • 2ª Tentativa. — Pedimos aos operadores aumentarem o peso da mesa, ficando minha mulher encarregada do controle.
    • Forte tração foi exercida sobre as bicicletas. Pedi então aos operadores que relaxassem repentinamente sua pressão. Imediatamente as bicicletas obedeceram ao esforço antagônico do meu braço e recuaram 50 cms.
  • 3ª Tentativa. — A mesa foi virada de pernas para o ar sendo pedido aos operadores que a fixassem ao solo.
    • Enquanto durou o fenômeno, as bicicletas foram fortemente atraídas em direção à mesa.
  • 4ª Tentativa. — Descançando a mesa normalmente sobre o solo na extremidade do círculo, pedi a minha mulher que a segurasse pelos pés e a impelisse em direção ao médium (experiência comum nas nossas sessões de demonstração). Disse aos operadores que resistissem vigorosamente.
    • Por diversas vezes, a pressão exercida sobre a mesa teve como conseqüência um recuo do médium e de seu assento.
  • 5ª Tentativa. — O mesmo que anteriormente, com a única diferença que a mesa quando impelida achava-se suspensa no ar. O resultado foi idêntico.
  • 6ª Tentativa. — Reciprocamente, uma tração exercida sobre a mesa ao se afastar do médium fez avançar o assento giratório.
  • 7ª Tentativa. — Estando a mesa suspensa no ar, foi atraída na mesma direção, o que arrastou igualmente o médium sem mudar a distância.
    • Nessa última tentativa, tendo minha mulher inclinado repentinamente a mesa, a conexão foi sem dúvida interrompida, pois o assento giratório deixou de avançar e seguindo o impulso de minha mão, recuou.

Exp. 14. — Pressão lateral da mesa em direção ao médium.

____Minha mulher segurou a mesa por dois de seus pés e a impeliu em direção ao médium, sem conseguir move-la um centímetro. Durante essa tentativa, a diminuição do peso do médium sobre a báscula foi de 6 quilos 950.

Exp. 15. — Tração da mesa em oposição ao médium.

____Achando-se o médium sentado sobre uma báscula, a mesa foi então atraída, opondo-se os operadores. o peso do médium aumentou 2 quilos 250. Assim que foi feita a leitura, minha mulher puxou de súbito a mesa com toda a força. A báscula, que era de rodas, seguiu o impulso, avançando uma dezena de centímetros.

Exp. 16. — Mecanismo da resistência ao impulso.

____é evidente que se as hastes procedentes do corpo do médium se fixassem somente aos pés da mesa, um impulso lateral da mesma teria como conseqüência um recuo da cadeira do médium. Quando o impulso é relativamente fraco, o arrastar dos pés da cadeira sobre o solo é suficiente para impedir esse recuo; mas quando dois ou tres homens empurram com força, é necessário, se a cadeira não se move, que as hastes psíquicas tomem um ponto de apôio sobre o assoalho.
____Interrogados, os operadores responderam que,...

  • para uma leve pressão, a haste ia diretamente ao pé da mesa
  • e que, para uma grande pressão, ela apoiava-se, realmente, sobre o solo.

____Pelo tato, descobri o ponto de apoio (B) que me indicaram por meio de pancadas: era justamente diante dos pés do médium. Coloquei então o indicador de pressão nesse lugar, como na exp. 3. Quando a compainha tocou, não me foi possível fazer mexer a mesa impelindo-a. Essa experiência foi repetida três ou quatro vezes.
____Tenho bases para crer que sai uma haste de cada tornozelo do médium. Essas hastes não fazem senão prensar os pés da mesa, e aí se aderem fortemente. Uma força considerável é exercida sobre o solo ao comprido de AB (fig. 7). A parte BC pode curvar um pouco sob o impulso, mas jamais a vi ceder.

M = Médium ____--- T= (Table) mesa


Fig. 7 - Mecanismo da resistência ao impulso.

____Resumo das experiências anteriores:

  • a) Um esfôrço oblíquo, exercido sobre a mesa em direção ao médium, a faz balançar ao redor de seus dois pés dianteiros.
  • b) Ao contrário, nenhum efeito se produz quando o esforço é paralelo ao solo.
  • e) Um esforço vertical para o alto ergue a mesa sem resistência, mas dando a impressão que ela desliza através uma espécie de superfície que adere a seus pés dianteiros.
  • d) Um esforço paralelo ao solo e ao médium encontra uma forte resistência.

____Há poucas dúvidas de que a mesa não seja segura a alguns centímetros acima do solo por duas hastes rígidas que saem dos tornozelos do médium.

____Um incidente. — Um pesquisador, desejoso de ver a resistência oposta pelas forças_psíquicas, pediu aos operadores que a impedissem de impelir a mesa em direção ao médium. A mesa estava no ar. Assim que alcançou o solo, ouviu-se, por baixo, um ruido de sucção como se uma espécie de ventosa a houvesse solto, para se vir aplicar sobre seus pés. Ainda que a luz fosse boa, nada se viu.

____Interrogados os operadores, indicaram a posição das hastes batendo os pés dianteiros e a parte inferior da mesa. Haviam emitido três hastes, mas declararam poder utilizar até seis ao mesmo tempo.

Exp. 17. — Pressão exercida diretamente sobre a balança.

____Sendo o dispositivo o mesmo da experiência nº 6, foi a mesa posta à parte e a balança colocada sobre o solo dentro do círculo. O marcador, estando regulado para que a campainha tocasse em 8 quilos 600, pedi aos operadores que fizessem pressão sobre o estrado. A diminuição de peso do médium, durante esse tempo, foi de 9 quilos 050, o que corresponde à força vertical exercida.

Exp. 18. — Mecanismo empregado para mover a cadeira do médium.

____Sobre esse assunto, fiz uma pergunta aos leitores da revista “Light” e não fiquei surpreso não recebendo resposta alguma. Fui eu mesmo incapaz de resolver o problema até que os operadores me houvessem dado a solução. Estava, é bem verdade, exposta em termos vagos, mas correta em seus pontos principais.
____Eis esse problema. Achando-se o médium sentado em sua cadeira, de cada um de seus tornozelos sai uma haste_psíquica que desce em direção ao solo, no interior do círculo, aí se apoiando. Dessa haste sai uma outra que repele a cadeira agarrando-se a um dos pés dianteiros.
____Fixei então quatro pequenos patins de metal aos pés da cadeira, de forma a que ela resvalasse mais facilmente. Depois, tendo colocado um papelão de 20 x 30 cms. sob a mesa, isto é, no centro do círculo, pedi aos operadores que começassem a experiência apoiando-se sobre essa superfície da qual eu segurava uma extremidade. Muito tempo se passou e nada aconteceu. Informaram-me então que a aura irradiada por minha mão, perturbava o fenômeno. Quando calcei as luvas, a cadeira e o médium começaram a recuar lentamente. Enquanto durou o movimento, uma pressão tão forte foi exercida sobre o papelão que não consegui erguê-lo.
____Para comprovar a segunda parte da explicação dada pelos operadores, coloquei em seguida o papelão em pé diante da cadeira do médium, tocando esta última. Ainda aí, constatei que, durante o recuo da cadeira, uma forte pressão horizontal era exercida sobre o papelão e, através dele, sobre o pé da mesa. Não me foi possível desligá-lo de sua posição. A força não parecia ser aplicada a mais de 5 cms, do solo.
____Constatei o mesmo recuo quando instalei o médium na báscula. Sua diminuição de peso foi mais ou menos de 22 quilos. A força era exercida sobre os pés da cadeira e não sobre a báscula pois vimos diversas vezes a cadeira ser impelida sobre o estrado até tocar as hastes.
____Determinei que a força exercida sobre o papelão colocado no chão era tão grande que eu não conseguia erguê-lo e que parecia exercê-la mesmo fora de seus limites, diretamente sobre o assoalho. Outra prova de que a haste não descansava unicamente sobre o solo é o ruído por ela produzido, diversas vezes, quando deixava de exercer sua pressão.
____Consideremos agora os resultados com a báscula.
____A força P, exerce-se em direção à seta (fig. 7). Seu ponto de apoio sobre a cadeira é em A, a 22 cm. do solo. O ponto de apoio sobre o solo é em B, a 60 cms. da cadeira. P pode ser determinada em duas componentes, vertical e horizontal. A primeira é igual a 3/8 da segunda, que movimenta a máquina sobre o assoalho.
____Com M._Morrison na báscula, a componente horizontal era igual, durante o deslocamento, a 12 quilos 700. (Na partida, alcançava 14 quilos 500). Se nos lembrarmos que o médium é cerca de 7 quilos mais leve que M. Morrison, vemos que calculando em 12 quilos 700 a componente horizontal, ainda nos achamos aquém da verdade. Sendo a componente vertical igual a 3/8 desta última, é de 4 quilos 700. Além disso, diminui o peso do médium. O maximum desta diminuição é obtida supondo MAMB. É então de 12 quilos 700 (naturalmente sem contar as fricções).
____Achamos porém que, durante a experiência, o médium em realidade perde 21 quilos 700, de onde se deduz, que sua diminuição de peso não é somente devida à componente vertical, mas que deve também ser atribuida à extração da matéria_psíquica necessária à formação da haste. Além disso, essa experiência indica que as entidades operam no âmago do corpo do médium.

(Ver: Análise dos resultados)

Exp. 19. — Matéria extraida do corpo do médium.

____Pedi aos operadores extrairem do corpo do médium a matéria_da_alavanca e colocá-la sobre o assoalho sem lhe darem forma alguma.
____O peso do médium começou a diminuir, e depois ao cabo de alguns segundos, estacionou. Tres raps produzidos pelos operadores advertiram de que a experiência havia terminado. A diminuição de peso do médium foi de 6 quilos 250.
____é interessante notar que, em uma experiência semelhante, realizada 18 meses atrás, obtive os mesmos resultados com mais ou menos um quilo (exp. 63).

Exp. 20. — Depósito da matéria psíquica sobre a báscula.

____Pedi aos operadores que desta vez colocassem a matéria extraída na prancha de desenho que se encontrava sobre a báscula, O peso do médium ficou invariável.

Exp. 21 e 22. — Construção da haste para bater os raps fortes.

____Pedi-lhes que empregassem a matéria_extraída_para_a_construção_da_haste apta a dar o golpe de martelo o mais violento, e que em seguida a depositassem sobre o assoalho. A diminuição de peso do médium foi de 19 quilos, com a diferença de 1 quilo. O peso não foi mantido estável senão durante alguns segundos devido à tendencia evidente da matéria a penetrar no corpo do médium. Além disso, o médium agitava-se à medida que a subtração de peso aumentava.
____Numa experiência seguinte, os operadores conservaram à haste sua forma e fizeram-na descansar sob pressão, no assoalho. O peso do médium diminuiu 17 quilos 1/2.

Exp. 23. — Máximo da perda de peso do médium.

____Pedi aos operadores que extraíssem do corpo do médium tanta matéria quanta lhes fosse possível e que a colocassem sobre o solo. O peso do médium diminuiu aos trancos, como se a extração tivesse sido feita por meio de uma mola. Depois de 13 quilos, ela tornou-se considerável, a julgar pela agitação do médium. Ao aproximar-se do máximo, parecia que a diminuição adquirida não tinha possibilidade de ser mantida. Enfim, a perda de peso permaneceu estável, a um pouco mais de 24 quilos, durante uma dezena de segundos.
____Os resultados acima estão entre os que me levam a crer que as hastes_psíquicas, ainda que invisíveis e impalpáveis, estão penetradas de matéria, ainda desconhecida pela ciência.

Exp. 24. — Pesquisa da pressão psíquica fora do corpo do médium.

____Procurei constatar se uma pressão qualquer era exercida sobre a cadeira, a prancha de desenho, a haste da báscula, o espaço ao redor ou na superfície do corpo do médium durante a levitação. Utilizei o aparelho da exp. 3. Passei o indicador por todas essas regiões sem constatar pressão alguma, nem sob a cadeira nem sob a báscula. Explorei o corpo do médium começando pelo pescoço. Os operadores opuseram-se a que eu descesse além da bacia.
____Parece no entanto que, assim que a mesa é suspensa com o auxilio de uma alavanca autêntica, toda a reação estende-se exclusivamente sobre o corpo do médium.

Exp. 25. — Impossibilidade de aumentar o pêso do médium sem reação exterior.

____Desejava ver se os operadores conseguiam aumentar o pêso do médium sem agir sobre nenhum corpo material do quarto. Após expor-lhes cuidadosamente meu projeto, constatei que eram incapazes em qualquer grau.

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(*) Espírito que se manifesta por intermédio do médium.


Ver também:


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