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Vida de insulamento.
Voto de silêncio
É
uma satisfação egoísta.
Os que vivem em absoluta reclusão, fugindo ao pernicioso contacto do mundo, cometem duplo egoísmo. Fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação. Evitando um mal, aquele que por tal motivo se insula cai noutro, pois esquece a lei de amor e de caridade.
Os
que fogem do mundo para se votarem ao mister de socorrer os desgraçados, se
elevam, rebaixando-se. Têm o duplo mérito de se colocarem acima dos
gozos materiais e de fazerem o bem, obedecendo à lei
do trabalho.E,
os que buscam no retiro a tranqüilidade que certos trabalhos reclamam, esses se insulam da sociedade, que para ela trabalham.
Quanto ao voto de silêncio prescrito por algumas seitas, desde a mais remota antigüidade, perguntai, antes, a vós mesmos se a palavra é faculdade natural e por que Deus a concedeu ao homem. Deus condena o abuso e não o uso das faculdades que lhe outorgou. Entretanto, o silêncio é útil, pois no silêncio pões em prática o recolhimento; teu espírito se torna mais livre e pode entrar em comunicação conosco. Mas o voto de silêncio é uma tolice. Sem dúvida obedecem a boa intenção os que consideram essas privações como atos de virtude. Enganam-se, no entanto, porque não compreendem suficientemente as verdadeiras leis de Deus.O voto de silêncio absoluto, do mesmo modo que o voto de insulamento, priva o homem das relações sociais que lhe podem facultar ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. |
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