LINKs:

  • 1577 - é doada neste ano, por Vasco Fernandes Coutinho Filho, a Vicente Vaz e à sua mulher D. Ana Vaz, uma sesmaria de terras no lugar denominado Carapina, hoje freguesia, não só para si como em sucessão a seus filhos. Julgamos serem os doados parentes muito próximos do doador, visto a mãe de Vasco Fernandes Coutinho Filho também chamar-se Ana Vaz e ainda existir neste tempo. [27]
  • 1578 - Neste ano é ainda doada pelo mesmo Vasco Coutinho mais uma data de terras demarcadas a Gaspar do Couto, com sucessão a seus filhos, as quais eram anexas às de Vicente Vaz e sua mulher doadas em Carapina no ano antecedente. [27]
  • 1614 - Neste ano faz Francisco de Aguiar Coutinho doação do resto das terras que possuía em Carapina a Miguel Pinto Pimentel, que já era possuidor da sesmaria de Vicente Vaz, por compra que a este fora feita, como também possuía as de Gaspar do Couto por herança, terras essas que foram doadas por Vasco Fernandes Coutinho Filho, ficando assim Miguel Pinto Pimentel possuidor de todo o terreno compreendido no distrito de Carapina; de posse deles tratou então Pimentel de demarcar todo o terreno de que era senhor, o que se realizou pelo Ouvidor Julião Rangel de Souza, fazendo-se as demarcações necessárias nas árvores para servirem de marcos divisórios. Pimentel fundou ali uma fábrica e engenho de açúcar que prosperou, falecendo em 1644, depois de 30 anos de residência naquele lugar, deixando por sua morte todos os seus bens ao Colégio dos Jesuítas, que continuaram a lavrar os terrenos e a fazer muitas obras, das quais ainda hoje se vêem as ruínas. Esta doação foi feita de Portugal pelo donatário. [27]
  • 1644 - Tendo falecido neste ano Miguel Pinto Pimentel, senhor de todos os terrenos em Carapina, faz deles doação, por sua morte, aos Padres da Companhia de Jesus, pelo que requer o Padre Diogo Machado, então Reitor do Colégio dos Jesuítas, ao Ouvidor Fabiano de Bulhões, nova demarcação dos ditos terrenos doados por Pimentel, visto estarem se apagando os marcos feitos nas árvores; sendo o dito requerimento despachado, foram feitos e assentados marcos de pedra, dos quais ainda hoje se encontram alguns vestígios para provar essa medição naquela localidade. Os terrenos de Vicente Vaz, Gaspar do Couto e Pinto Pimentel, que passaram ao domínio dos Jesuítas, principiavam na barra do rio da Passagem, em Maruípe, e estendiam-se até a ponta de Camburi, onde colocara-se um marco, daí ao córrego Negro, onde se fincou outro, tomando o rumo do Norte até o rio Carapebus-Mirim, hoje rio da Praia Mole, foi assentado outro marco, daí à Malha Branca do Mestre Alvaro, prosseguindo em rumo de Sul com diferentes marcos no travessão de Jacuí ao Porto Velho, que era à beira da estrada para a Vitória, em direção ao rio da Passagem, no lugar onde se havia fincado o primeiro marco. Por muitos anos foram os Jesuítas senhores da fazenda de Carapina, hoje pertencente a diversos, e entre outros a Jose Correia Maciel, um dos herdeiros do finado Tenente Manoel Pinto Homem de Azevedo. Ali, além da casa que ainda existe arruinada, havia uma Igreja, olaria, engenho e outras fábricas. Os Jesuítas vendo que aqueles terrenos pouco rendiam, venderam-nos em meados do século passado aos dois irmãos Pimentéis; e sendo posteriormente os ditos terrenos retalhados, vieram a pertencer a uns por herança, e a outros por compra feita a herdeiros, ficando até o presente esses terrenos indivisos. [27]

 

Brasão
PIMENTEL

  • Timbre: um touro sainte, de vermelho, armado e calçado de prata, com uma vieira do escudo na testa: II - Moderno: de verde, com cinco vieiras de prata realçadas de negro, bordadura de prata carregada de 8 cruzes páteas de vermelho.
  • Timbre: um touto sainte, de vermelho, armado e calçado de prata, com uma vieira do escudo na testa (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 75). ; III - Diogo Pimentel - citado acima. Brasão de Armas datado de 27.04.1514: as armas dos Pimentel.

  • Sobrenome de origem geográfica. Trata-se evidentemente de um diminutivo de Pimenta, velho na língua. Da baixa latinidade Pimentellu; Pimentelli (genitivo), Pimentellum.
  • Leite de Vasconcelos vê uma provável origem italiana, pois há Pimentel na toponímia da Itália (Antenor Nascentes, II, 243).
  • Felgueiras Gayo, ao tratar da origem desta família, apresenta-o como uma alcunha. Procede esta família de Martim Fernandes de Novais, citado no «Nobiliário» do conde D. Pedro, à fls. 180. Viveu em Riba de Vizela, no tempo dos Reis D. Sancho Capelo e D. Afonso III, com o qual se achou no cerco de Sevilha no ano de 1248. O solar da família é a torre de S. Simão de Novais, perto do Mosteiro de Landim, no reino de Galiza, donde passaram à conquista de Portugal aos mouros, no tempo dos primeiros reis.
  • O sobrenome Pimentel foi alcunha imposta por D. Afonso III, rei de Portugal fal. 1279, a Vasco Martins de Novais, sendo seu moço fidalgo, pela sua esperteza e alacridade de animo, e depois o fez seu meirinho-mor (Anuário Genealógico Latino, I, 76).
  • Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal, trata da antigüidade desta família, procedente de D. Vasco Martins Pimentel, filho do citado Martim Fernandes de Novais. Vasco Martins «foi o pr.º q se appellidou de Pemintel, e dizem tomara o appellido, ou lho pozerão de ser m.to colerico, e agastado; viveu na freg.ª de S. Adrião de Vizella junto ao Rio de Vizella na q.ta q antão chamavão Louroza, e hoje se se chama Paço Velho em cuja q.ta fez huas nobrez Cazas q se arruinarão e hua Capella; foi contemporaneo do Rey D. Aff.º 3.º, e seu Meirinho-Mor porem por alguns agravos q o dito Rey lhe fez se passou a Castella ao servisso do Rey D. Aff.º Sabio levando em sua companhia 250 Cavalheiros no anno de 1283, e morreo na batalha de Cordova.». Deixou geração dos seus dois casamentos, o primeiro com Maria Antunes, e o segundo, com Maria Gonçalves Portocarreiro. Entre os descendentes de Vasco Martins Pimentel, registram-se:
    1. I - o terceiro neto, Diogo Pimentel, Escudeiro Fidalgo, que teve mercê da Carta de Brasão de Armas, em 1514 - detalhes adiante;
    2. II - a quinta neta, Maria Pimentel [? - 1541, I. Madeira], que foi a matriarca da família Accioly (v.s.), do Brasil, por seu cas. com Simão Acciaioli [Florença - 15.02.1544, I. Madeira];
    3. III - o sexto neto, Manuel da Rocha Pimentel, que se estabeleceu no Brasil, onde casou. A família Rocha Pimentel existe na Bahia; Este Manuel da Rocha Pimentel era hexa-neto de D. Pedro de Aragão, irmão bastardo da Raynha D. Izabel de Aragão (Santa Izabel). Na carta patente, do posto de Capitão de uma Tropa de Cavalos da Capitania do Espírito Santo, Manuel_da_Rocha_Pimentel, filho de Simão_do_Couto_Pimentel_e_Cristina_de_Andrade, consta a seguinte observação: "Suspeitando eu ao dito Manuel da Rocha Pimentel, ser pessoa de valor, nobreza e merecimento, a estar atualmente exercendo aquele posto com satisfação."
    4. IV - o sexto neto, Antonio de Barros Pimentel, nat. de Viana, membro da casa do Morgado de Semelhe, que passou ao Brasil, onde foi o patriarca da abastada família Barros Pimentel (v.s.), proprietário de engenhos de açúcar, em Alagoas, Pernambuco e Sergipe;
    5. V - o sexto neto, João Pimentel, vigário de São Paulo, SP;
    6. VI - o sétimo neto, Nuno Alvares Pereira, Secretário do Concelho de Portugal em Madri. Governador Geral do Brasil;
    7. VII - o sétimo neto, João Fernandes Pimentel, que passou ao Brasil, onde deixou geração do seu casamento no Rio de Janeiro;
    8. VIII - o sétimo neto, Bento da Rocha Pimentel, Juiz Proprietário das Cisas em Braga. Sargento-mor das Ordenanças. Serviu na guerra da Aclamação. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas [27.05.1641];
    9. IX - o sétimo neto, Antonio da Fonseca (Pimentel), que passou para o Brasil, onde deixou geração;
    10. X - a oitava neta, Maria Pereira, que foi casada com Diogo Botelho, Governador do Brasil;
    11. XI - o nono neto, Rui Vaz Pinto, que passou ao Brasil, onde serviu e morreu;
    12. XII - o décimo primeiro neto, Francisco de Moraes de Castro (Pimentel). Fidalgo da Casa Real. Senhor do Morgado de Santa Catarina. Comendador de São Miguel de Pegulhal. Padroeiro do Cap.º de São Francisco de Bragança. Governador do Rio de Janeiro e de Pernambuco.

Brasil: Na Bahia, destaca-se a importante família de poderosos proprietários de engenhos, que teve princípio em Bernardo Pimentel de Almeida [c.1551, Lisboa - 1611, BA], filho de Agostinho Caldeira, veador de D. Antonio, prior de Crato. Passando à Bahia, contraiu matrimônio três vezes.

  1. De seu primeiro matrimônio segue a linha «cristã nova».
  2. De seu segundo matrimônio seguem os ramos Garcia Pimentel (v.s.) e Silva Pimentel (v.n.).
  3. Foi cas., em 3.ª núpcias, em 03.04.1606, BA, com Maria de Menezes, filha de Duarte Muniz Barreto e de Helena de Melo de Vasconcelos, das importantes famílias Muniz Barreto (v.s.) e Melo de Vasconcelos (v.s.). Seus descendentes seguem o sobrenome Pimentel.

Fonte: Dicionário das famílias Brasileiras, de Carlos Eduardo de Almeida Barata e Antonio Henrique da Cunha Bueno

GENEALOGIA DE COSTADO DE MANOEL DA ROCHA PIMENTEL

Fazer genealogia de tempos há muito idos é sempre um desafio muito difícil de ser vencido, principalmente quando as raízes estão em outro país que não o nosso, e mais ainda quando o período pesquisado é anterior ao Concílio de Trento, ocorrido dentre 1545 e 1563, após o que a Igreja Católica passou a registrar sistematicamente em seus livros paroquiais os assentos de batismos, casamentos e óbitos. Mas, difícil mesmo, é quando os genealogistas que tratam da família pesquisada dão cada qual a sua versão. é o caso do presente trabalho, no qual se pretende estudar a ascendência de um antigo tronco capixaba. Para facilitar a compreensão deste estudo, se adotará a época aproximada em que as pessoas constantes nesse trabalho nasceram. Foi tronco dos Pimentéis em Portugal:

  • I- D. VASCO MARTINS PIMENTEL nasceu por volta de 1225 e foi o primeiro que se chamou Pimentel porque, como se vê em F. Gayo (1) "dizem tomara o apelido, ou lhe puseram por ser muito colérico e agastado". Era filho de Martim Fernandes de Novaes (F. Gayo, título Novaes § 1 N5), o qual viveu em Riba de Vizela ao tempo dos reis de Portugal D. Sancho II e D. Afonso III, com o qual se achou no cerco de Sevilha em 1248, e de sua mulher D. Sancha Martins. D. Vasco Martins viveu na freguesia de Santo Adrião de Vizela, concelho de Felgueiras, distrito do Porto, junto ao rio de Vizela, na quinta que então chamavam Louroza e depois se chamou Paço Velho, em cuja quinta fez umas nobres casas que se arruinaram e uma capela. Foi contemporâneo do Rei D. Afonso III de Portugal e seu meirinho-mor.
    Sobre D. Vasco escreveu Alão de Moraes (2): "foi tido por ilegítimo porque seu pai o teve em D. Sancha Martins sendo vivo seu primeiro marido D. Gonçalo Rodrigues de Nomães, e morrendo ele a recebeu legitimamente, porém o Conde D. Pedro afirma que fez exata inquirição e achou que o casamento se fizera em segredo por ser somente sete meses depois dela estar viúva, e lei inviolável naquele tempo não casar a viúva antes do ano. Sucedeu pois que andando D. Vasco no paço d'el-Rei D. Afonso III o injuriaram dois fidalgos da linhagem dos Marinhos dizendo-lhe que era bastardo: E ele escandalizado deu de punhaladas em um deles com que lhe tirou um olho. E abraçando-se com o outro caíram ambos de uma janela abaixo: E el-Rei o levou muito mal, e lhe mandou por quantia de maravedis ao costume daquele tempo. Depois em outra ocasião em sua ausência lhe chamaram outros fidalgos o mesmo nome de bastardo de que ele enfadado tomou o Marinho a quem tinha tirado o olho e o lançou em um poço, de quem el-Rei indignado o mandou prender em uma torre de Santarém, e depois de dois anos de prisão o soltou, e lançou fora de sua casa, e ele com 250 fidalgos de cavalo se passou para Castela ao serviço d'el-Rei D. Afonso, o Sábio, nas diferenças que tinha com seu filho D. Sancho, e se achou em muitas batalhas. E com Fernão Pires Ponce de Leão progenitor dos Duques de Arcos se achou no ano de 1282 no campo da verdade contra o dito infante D. Sancho e nele recebeu tais feridas que dentro em 12 dias morreu. Esteve depositado seu corpo em S. Francisco de Sevilha até o ano de 1283 em que seu filho o trouxe a Portugal."
    Casou-se primeira vez com D. MARIA ANTUNES, ou ANES, de quem teve D. Afonso Vasques Pimentel, este bisavô de D. João Afonso Pimentel, 1º conde de Benavente em Castela.
    Casou-se segunda vez com D. MARIA GONçALVES PORTOCARREIRO (F. Gayo, título Portocarreiro § 1 N5), irmã de D. Gonçalo Fernandes, arcebispo de Braga e filhos de Gonçalo Viegas Portocarreiro e de D. Sancha Pires. Este Gonçalo Viegas era irmão de D. João Viegas Portocarreiro, arcebispo de Braga e instituidor do morgado de Semelhe e Gondizalve e de outros bens, como consta de seu testamento feito em Valhadolid no ano de 1253, pelo que passou a esta linha o dito morgado. Deste segundo casamento nasceu, dentre outros:
    • II- RUI VASQUES PIMENTEL (F. Gayo, título Pimentel § 1 N2) nasceu por volta de 1260 e viveu ao tempo do Rei de Portugal D. Diniz e foi administrador do morgado de Semelhe, havido de seu tio-avô D. João Viegas Portocarreiro. Casou-se com D. TERESA RODRIGUES, filha de Rui Paes Bugalho, privado do dito rei e de sua mulher D. Urraca de Santarém. Foram pais, dentre outros, de:
      • III- JOãO RODRIGUES PIMENTEL (F. Gayo, ttº Pimentel § 1 N3) nasceu por volta de 1290 e foi senhor do morgado de Semelhe. Viveu no tempo do Rei de Portugal D. Afonso IV, com quem se achou na batalha de Salado e depois de viúvo foi mestre da Ordem de Aviz. Casou-se com D. ESTEFÂNEA ou D. ESTEVAINHA GONçALVES, irmã do arcebispo D. Gonçalo Pereira (avô do condestável D. Nuno álvares Pereira, sogro do 1º duque de Bragança) e filha de D. Gonçalo Pereira e de sua mulher D. Ines Lourenço Alcoforado (F. Gayo, ttº Pereira, § 1 N11). Esta senhora D. Estevainha Gonçalves instituiu o nobre morgado de Torres Novas por testamento feito a 4 de maio de 1337. Foram pais, dentre outros, de:
        • IV- GONçALO ANES PIMENTEL (F. Gayo, ttº Pimentel § 1 N4) nasceu por volta de 1320 e foi senhor do morgado de Semelhe. Em 18-ABR-1368 fez petição ao juiz Afonso Pires de Leiria em que pediu a cópia do testamento do arcebispo D. João Viegas Portocarreiro (acima em I). Viveu no tempo dos reis de Portugal D. Pedro I e D. Fernando, o qual último lhe fez mercê do Reguengo de Monsaraz em 1372. Casou-se com D. CONSTANçA AFONSO DE ARAGãO E SILVA (F. Gayo, ttº Silva § 38 N9), filha de D. Afonso de Aragão e de D. Maria Nunes Cogominho; neta paterna de D. Pedro de Aragão (filho bastardo do Rei de Aragão D. Pedro III), que foi para Portugal acompanhando sua irmã a Rainha Santa D. Isabel, mulher do Rei D. Diniz. Foram pais, dentre outros, de:
          • V- JOãO GONçALVES PIMENTEL nasceu por volta de 1350. Parece que foi pai do que segue adiante (Gonçalo Anes Pimentel, no VI), segundo Alão de Moraes (3), porque "diz um nobiliário que Diogo Gonçalves Pimentel (adiante no VII) filho deste Gonçalo Anes era bisneto por varonia do dito Gonçalo Anes (acima no IV)". E assim pelos patronímicos parece que este João Gonçalves foi pai de:
            • VI- GONçALO ANES PIMENTEL (3) nasceu por volta de 1380. Fundou com sua mulher (cujo nome é desconhecido) a igreja de São Pedro da vila de Torres Novas, cuja igreja é a matriz da freguesia de Torres Novas (São Pedro), do concelho de Torres Novas, onde é considerado o tronco dos Pimentéis. De sua mulher foi pai de:
              • VII- DIOGO GONçALVES PIMENTEL nasceu por volta de 1410. Segundo F. Gayo (ttº Pimentel § 1 N5) seria filho de Gonçalo Anes Pimentel (acima no IV), o que não é crível pela disparidade de tempo entre um e outro; por isso adotou-se a opinião de Alão de Moraes (3). Sobre ele ainda escreveu F. Gayo que era de menor idade em 1417 e que, de uma sentença sobre o morgado de Semelhe havida em 1545, mostrou-se que "retirou-se Diogo Gonçalves para Castela com o conde de Benavente por seguir as partes daquela Coroa contra o Rei de Portugal D. João I, e sendo por morte de seu pai o filho legítimo e mais velho a quem pertencia o morgado, o deixou ao cabido de Braga." Casou-se com D. BRIOLANJA LEITãO, filha de Estevão Gonçalves Leitão (não o encontrei em F. Gayo no ttº Leitão). Foram pais, dentre outros, de:
                • VIII- JOãO RODRIGUES PIMENTEL (F. Gayo, ttº Pimentel § 1 N6) nasceu por volta de 1455 e foi senhor do morgado de Semelhe, após demanda contra o cabido de Braga que se intrusara pela ausência de seu pai. Fez testamento a 03-JUL-1525 em Braga nas notas de Fernão Soares. Casou-se cerca de 2502 com D. JOANA DA ROCHA (F. Gayo, ttº Rocha § 1 N3), filha de D. Gomes da Rocha e de sua mulher (segundo uma justificação feita em 1602 e vista por F. Gayo) D. Ines de Menezes.
                  D. Gomes da Rocha depois de viúvo foi abade comendatário de Santa Maria de Pombeiro (na freguesia de Pombeiro de Ribavizela, concelho de Felgueiras) e de outros mosteiros desde os anos de 1482 até 1495, e depois bispo de Trípoli, e teve ainda grossa renda por ser senhor de alguns lugares dentre Douro e Minho, e conforme se lê em "Beneditinas Lusitanas" (4) "as escrituras daquele tempo lhe chamam religioso mui honrado, e delas consta que não foi dissipador, senão benfeitor do mosteiro." Este formidável mosteiro beneditino ainda resiste majestoso no norte de Portugal como uma de suas mais belas igrejas. Foram pais, dentre outros, de:
                  • F1) PEDRO DA ROCHA PIMENTEL (F. Gayo, ttº Pimentel § 17 N 7) nasceu cerca de 2505. Fidalgo da Casa Real e um dos fundadores do convento das religiosas de São Bento de Viana, onde viveu. Casou-se com D. CECíLIA RODRIGUES BEZERRA, de quem teve, dentre outros, a:
                    • N1) D. JOANA PIMENTEL, que se casou duas vezes. De seu marido ........ DE BARROS nasceu:
                      • Bn1) RODRIGO DE BARROS PIMENTEL, que segundo F. Gayo "casou rico no Brasil com uma senhora dos CAVALCANTES, com geração, sem mais notícias". Não seria este na verdade o tronco pernambucano ANTONIO DE BARROS PIMENTEL, descrito por Borges da Fonseca em sua "Nobiliarquia Pernambucana" (5) ? Lá se vê que Antonio de Barros Pimentel era natural da vila de Viana, cavaleiro fidalgo e da Ordem de São Bento de Aviz. Teve um filho com o nome de RODRIGO DE BARROS PIMENTEL.
                    • N2) D. ANA PIMENTEL BEZERRA, natural de Viana, casou-se com LEONEL PEREIRA DO LAGO, de quem teve:
                      • Bn1) FRANCISCO PEREIRA PIMENTEL, o qual justificou em 1602 ser neto materno de Pedro da Rocha Pimentel e de sua mulher Cecília Rodrigues Bezerra, e bisneto de João Rodrigues Pimentel e de sua mulher D. Joana da Rocha.
                  • F2) D. Ines DA ROCHA PIMENTEL (F. Gayo, ttº Pimentel § 2 N7) nasceu por volta de 1516 e casou-se com SEBASTIÕO GONÇALVES DE Araujo, que diziam ser dos de Tora (vide F. Gayo, ttº Araújo § 206). Foram pais, dentre outros, de:
                    • N1) PEDRO DA ROCHA PIMENTEL (F. Gayo, ttº Pimentel § 19 N8) nasceu por volta de 1544 e passou a viver em Lisboa, tendo vários prazos em Ribatejo. Era fidalgo da Casa Real. Casou-se por volta de 1569 com D. SUZANA FRANCISCA DE GÓES, filha de João Rodrigues, natural de Braga, pessoa nobre, como constou na justificação que fez em Braga seu neto o frei João Pimentel da Rocha (adiante em N2). Foram pais de:
                      • Bn1) VICENTE DA ROCHA PIMENTEL (F. Gayo, ttº Pimentel § 19 N9) nasceu por volta de 1571. Foi fidalgo da Casa Real e teve casa bem abastecida na freguesia de São Pedro de Alverca do Ribatejo (no concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa), no lugar de Arecena Pequena, no "Moinho do Vento", em cuja freguesia veio a falecer (9) a 22-JAN-1630. Casou-se cerca de 1596 (não achei o seu casamento na dita freguesia) com D. MECIA FERREIRA DE TáVORA (ignoro sua naturalidade e filiação), de quem houve:
                        • Tn1) JOãO FERREIRA PIMENTEL DE TÁVORA (F. Gayo, ttº Pimentel § 19 N10) nasceu na freguesia de São Pedro de Alverca do Ribatejo, onde foi batizado (10) a 15-SET-1599, sendo seus padrinhos Gaspar da Rocha, morador em Alcoentre, e D. Maria de Mariz, moradora em Lisboa, a qual faleceu a 23-NOV-1623 na dita freguesia de São Pedro de Alverca na sua quinta do Moinho do Vento. Veio para o Brasil provavelmente atraído pelo seu tio frei João Pimentel da Rocha, estabelecendo-se em São Paulo, onde se casou cerca de 1621, na Sé (os assentos de casamento estão perdidos nesse período), com D. MARIA RIBEIRO (11 e 12), irmã de Amador Bueno Ribeiro, o aclamado Rei de São Paulo pelos castelhanos aqui residentes, com o propósito evidente de São Paulo voltar a pertencer à Espanha, episódio este acontecido logo após a restauração portuguesa com a subida ao trono de D. João IV, duque de Bragança. Amador Bueno repudiou a oferta espanhola por ser fiel ao Rei de Portugal. Eram filhos do castelhano Bartolomeu Bueno e da paulista D. Maria Pires. João Ferreira faleceu bastante jovem em 1625 em São Paulo, conforme se vê em Silva Leme (12). Há na Divisão do Arquivo do Estado de São Paulo, na série de inventários e testamentos estragados (agora denominados comprometidos), o inventário de um João Pimentel, muito provavelmente o mesmo- não foi possível localizar este processo no meio de tanto papel deteriorado pelo tempo.
                          A filiação de João Ferreira Pimentel de Távora constou (11) "por instrumento de puritate et nobilitate probanda, processada em Lisboa no juízo das justificações em janeiro de 1686, sendo juiz de índia e Mina o desembargador Domingos Marques Giraldes, a favor de Pedro da Rocha Pimentel (adiante em Tetra_n1), natural e cidadão de São Paulo, filho de João Ferreira Pimentel de Távora, cuja nobreza, por si, seus pais, e avós paternos e maternos, era qualificada; e que a conservaram sempre os ditos avós, tratando-se à lei da nobreza com criados, cavalos, armas, etc.. Esse instrumento de Pedro da Rocha Pimentel se acha acostado aos autos de justificação que fez sua irmã D. Mecia Ferreira de Távora de nobilitate et puritate sanguinis, na ouvidoria de São Paulo, e obteve sentença, e por filha legítima, etc.., em 22 de fevereiro de 1702, pelo desembargador Antonio Luís Peleja, ouvidor geral e corregedor da comarca de São Paulo, e foi escrivão dos autos João Soares Ribeira."
                          Deixaram dois filhos, a saber:
                          • Tetra_n1) PEDRO DA ROCHA PIMENTEL nasceu cerca de 1623 em São Paulo, onde se casou a 20-MAIO-1663, na Sé, com D. LEONOR DOMINGUES DE CAMARGO (em Genealogia Paulistana, VI, 296), com grande geração.
                          • Tetra_n2) D. MECIA FERREIRA DE TáVORA nasceu cerca de 1624 em São Paulo, onde se casou a ..-NOV-1639 na Sé com o capitão Marcellino DE CAMARGO (em Genealogia Paulistana, I, 321), também natural de São Paulo, onde faleceu a 16-JUN-1684. D. Mecia faleceu a 28-FEV-1712 em São Paulo. Deixaram grande geração.
                        • Tn2) D. MECIA FERREIRA- mencionada por F. Gayo.
                        • Tn3) D. MARIANA, batizada a 31-MAR-1602 na dita freguesia de São Pedro de Alverca do Ribatejo.
                        • Tn4) LUíS DE TáVORA, batizado a 26-AGO-1604 na mesma freguesia.
                        • Tn5) D. SUZANA HENRIQUES, batizada a 09-FEV-1607 na mesma freguesia.
                        • Tn6) PEDRO DA ROCHA PIMENTEL, batizado a 27-MAR-1609 na mesma freguesia. Segundo F. Gayo morreu na índia, sem geração.
                      • Bn2) Frei JOÃO PIMENTEL DA ROCHA nasceu por volta de 1574. Beneditino, veio para o Brasil sendo vigário da então vila de São Paulo, no estado do Brasil, como escreveu F. Gayo, desde 1608 até 1616. A 21-JUL-1608 recebeu da câmara da vila de São Paulo (6) carta de dada de chãos o reverendo padre vigário desta vila de São Paulo o padre João Pimentel, "que ele era vindo de novamente de Portugal e que para a administração de sua vigararia lhe era necessário assistir nesta vila com sua casa a qual ele não tinha chãos para a poder fazer e que porquanto nos arrabaldes desta dita vila estava uma dada de chãos devoluta...". é claro que "novamente" não significa, neste caso, retorno e sim chegado recentemente. Mais tarde, estas terras, por estarem devolutas, foram passadas a Antonio Gonçalves Perdomo a 11-ABR-1637 (7) em câmara na vila de São Paulo. De São Paulo passou para o Rio de Janeiro (8), onde chegou a ser pároco da Sé e vigário-geral. Foi depois presidente do mosteiro de São Bento em São Paulo de 1630 a 1633, mosteiro este fundado pelos anos de 1610 e ereto em abadia de NS. da Assunção a 14-MAIO-1635.
                      • Bn3) D. JOANA DA ROCHA PIMENTEL, que se casou com seu parente FRANCISCO PEREIRA PIMENTEL (atrás citado em VIII F1 N2 Bn1).
                    • N2) Sebastião da Rocha Pemintel - Era Tabelião e Almotaco em Prado, seu nome consta da escritura dedois de sua Fª Mª da Rocha a q.m os dotou. Vi em outra memória ser Fº de An.to Pemintel "N7" do 1 mas nos seguimos ser seu sobr o e Fº da sua irmã D. Ignez, vista a justificação q dizemos no § 16 §2 N8 §2 ttº Rochas §2 N5, casado com Mª da Costa
                    • N3) D. Ctª Pemintel cazada duas vezes s.g.
                    • N4) Francisco Pemintel cazou, teve fos s.g.
                    • N5) D. Lucrecia Pemintel casada com Amaro Pinto
                      • Bn1) Paulo da Rocha
                      • Bn2) M.el da Rocha cazado no Brazil ttº Pimentel § 2 N7- 8- 9 [41]. Manoel da Rocha Pimentel que se estabeleceu no Brasil, onde casou. A família Rocha Pimentel existe na Bahia; [50]     (Os antepassados deste Manoel da Rocha Pimentel, estão destacados em vermelho). Com base nas tadas acima deve ter vindo para o Brasil por volta de 1600.

NOTAS E BIBLIOGRAFIA:

(1) Felgueiras Gayo, Manoel Jose da Costa- Nobiliário de Famílias de Portugal, edição Carvalhos de Basto (fac-símile da 1ª edição), Braga, 1990. Volume VIII, Tomo XXII, pág. 136.
(2) Alão de Moraes, Cristóvão- Pedatura Lusitana-Hispânica (Nobiliário de Famílias de Portugal), Livraria Fernando Machado, Porto, 1946. Tomo 4º, volume 1º, pág. 394.
(3) Idem, tomo 4º, volume 1º, págs. 416 e 417.
(4) São Tomás, Frei Leão de- Beneditinas Lusitanas, edição fac-símile da 1ª, Imprensa Nacional, Casa da Moeda, Lisboa, 1974. Tomo II, pág. 73.
(5) Borges da Fonseca, Antonio Jose Vitoriano- Nobiliarquia Pernambucana, Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 1935. Volume I, pág. 100.
(6) Registro Geral da Câmara Municipal de São Paulo, publicação oficial do Arquivo Municipal de São Paulo, Tipografia Piratininga, São Paulo, 1917. Volume I (1583-1636), págs. 154 e 155.
(7) Idem, volume II (1637-1660), págs. 17 e 18.
(8) Endres, D. Jose L. - Catálogo dos Bispos, Gerais, Provinciais, Abades e Mais Cargos da Ordem de São Bento do Brasil, Monge de São Bento, Editora Brasiliana Ltda., Salvador, Bahia, 1976. Págs. 67 e 258.
(9) Assento de óbito lançado às fls. ... do livro nº 2 de mistos da freguesia de São Pedro de Alverca do Ribatejo, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo: "Em 22 do sobredito (corria o mês de janeiro de 1630) faleceu Vicente da Rocha Pimentel está enterrado nesta igreja em sepultura própria não fez testamento. "O Cura João da Cruz." Ao lado consta: Moinho do Vento.
(10) Assento de batismo lançado às fls 1 do livro nº 2 de batizados da freguesia de São Pedro de Alverca do Ribatejo: "Em os quinze dias de setembro de 1599 eu Antonio de Lima Cura nesta igreja de São Pedro da Vila de Alverca batizei João filho de Vicente da Rocha, e de Mecia Ferreira, sua mulher moradores na arecena pequena: foi padrinho Gaspar da Rocha morador em Alcoentre, foi madrinha dona Maria Mariz moradora em Lisboa. E por verdade fiz, e assinei este assento. "Antonio de Lima."
(11) Paes Leme, Pedro Taques de Almeida- Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica, 3ª edição, Livraria Martins Editora, Volume I, págs. 109 e 110.
(12) Silva Leme, Luiz Gonzaga da- Genealogia Paulistana, Duprat & Cia., São Paulo, 1903. Volume I, págs. 514 e 515.

* * * * * * * * * *
BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral. A Família Rocha Pimentel. In Edição Comemorativa do Cinqüentenário do Instituto Genealógico Brasileiro. São Paulo: IMESP, 1991, pp. 615-623.

Marcelo Meira Amaral Bogaciovas
http://www.asbrap.org.br/publicac/biblioteca/Pimentel.pdf

União das famílias "ROCHA" e "PIMENTEL"
e
Genealogia de "costado" de M.el da Rocha (Manoel da Rocha Pimentel), segundo Felgueiras Gayo





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