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Os médiuns são geralmente muito mais procurados para as evocações
de interesse particular, do que para comunicações de interesse geral; isto se
explica pelo desejo muito natural que todos têm de confabular com os entes que
lhes são caros.Julgamos
dever fazer a este propósito algumas recomendações importantes aos médiuns:
As perguntas devem ser formuladas com clareza, precisão e sem ideia preconcebida, em se querendo respostas categóricas.Cumpre, pois, se repilam todas as que tenham caráter insidioso, porquanto é sabido que os Espíritos não gostam das que têm por objetivo pô-los à prova. Insistir em questões desta natureza é querer ser enganado.O evocador deve ferir franca e abertamente o ponto visado, sem subterfúgios e sem circunlóquios. Se receia explicar-se, melhor será que se abstenha.Convém igualmente que só com muita prudência se façam evocações, na ausência das pessoas que as pediram, sendo mesmo preferível que não sejam feitas nessas condições, visto que somente aquelas pessoas se acham aptas a analisar as respostas, a julgar da identidade, a provocar esclarecimentos, se for oportuno, e a formular questões incidentes, que as circunstâncias indiquem. Além disso, a presença delas é um laço que atrai o Espírito, quase sempre pouco disposto a se comunicar com estranhos, que lhes não inspiram nenhuma simpatia.O médium, em suma, deve evitar tudo o que possa transformá-lo em agente de consultas.
O espiritista sincero
deve buscar o conforto moral, em tais casos, na própria fé
que lhe deve edificar intimamente o coração.
Não é justo provocar ou forçar a comunicação com esse ou aquele
desencarnado. Além de não conhecerdes as possibilidades de sua nova condição
na esfera_espiritual,
deveis atender ao problema dos vossos méritos.
O homem pode desejar isso ou aquilo, mas há uma Providência que dispõe
no assunto, examinando o mérito de quem pede e a utilidade da concessão.
Qualquer comunicado_com_o_Invisível deve ser espontâneo, e o espiritista cristão deve
encontrar na sua fé o mais alto recurso de cessação do egoísmo humano,
ponderando quanto à necessidade de repouso daqueles a quem amou, e
esperando a sua palavra direta, quando e como julguem os mentores
espirituais conveniente e oportuno.
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