GUIA.HEU
20 Anos
Caso de reencarnação de suicida
página acima

Crianças e Adolescentes
DESAPARECIDOS

(Reencarnação de Zilda)

____Personagens em destaque:

____Irmãs encarnadas: Marina e Zilda (suicida)

____Mãe de Mariana e Zilda: Luisa (desencarnada)

____Nilda: Zilda reencarnada

____Marina reencarnou para auxiliar a Jorge e Zilda, dos quais se fizera devedora. No século passado, interpôs-se entre os dois, quando recém-casados, impelindo-os a deploráveis leviandades que lhes valeram angustiosa demência no Plano Espiritual. Depois de longos padecimentos e desajustes, permitiu o Senhor que muitos amigos intercedessem, junto aos Poderes Superiores, para que se lhes recompusesse o destino, e os três renasceram no mesmo quadro social, para o trabalho regenerativo. Marina, a primogênita do lar de nossa irmã Luisa, recebeu a incumbência de tutelar a irmãzinha menor, que assim se desenvolveu ao calor de seu fraternal carinho, mas, quando moças feitas, há alguns anos, eis que, segundo o programa de serviço traçado antes da reencarnação, a jovem Zilda reencontra Jorge e reatam, instintivamente, os elos afetivos do pretérito. Amam-se com fervor e confiam-se ao noivado. Marina, porém, longe de corresponder às promessas esposadas no Mundo_Maior, pelas quais lhe cabia amar o mesmo homem, no silêncio da renúncia_construtiva, amparando a irmãzinha, outrora repudiada esposa, nas lutas purificadoras que a atualidade lhe ofertaria, passou a maquinar projetos inconfessáveis, tomada de intensa paixão. Completamente cega e surda aos avisos da sua consciência, começou a envolver o noivo da irmã em larga teia de seduções e, atraindo para o seu escuso objetivo o apoio de entidades caprichosas e enfermiças, por intermédio de doentios desejos, passou a hipnotizar o moço,
____Espontaneamente, com o auxílio dos vampiros_desencarnados, cuja companhia aliciara sem perceber... E Jorge, inconscientemente dominado, transferiu-se do amor por Zilda à simpatia por Marina, observando que a nova afetividade lhe crescia assustadoramente no íntimo, sem que ele mesmo pudesse controlar-lhe a expansão... Decorridos breves meses, dedicavam-se ambos a encontros ocultos, nos quais se comprometeram um com o outro na maior intimidade... Zilda notou a modificação do rapaz, mas procurava desculpar-lhe a indiferença à conta de cansaço no trabalho e dificuldades na vida familiar. Todavia, em faltando apenas duas semanas para a realização do consórcio, surpreende-se a pobrezinha com a inesperada e aflitiva confissão... Jorge expõe-lhe a chaga que lhe excrucia o mundo interior... Não lhe nega admiração e carinho, mas desde muito reconhece que somente Marina deve ser-lhe a companheira no lar. A noiva preterida sufoca o pavoroso desapontamento que a subjuga e, aparentemente, não se revolta. Mas, introvertida e desesperada, consegue na mesma noite do entendimento a dose de formicida com que põe termo à existência física.
Alucinada de dor, Zilda desencarnada foi recolhida por nossa irmã Luísa, que já se achava antes dela em nosso mundo,
admitida na Mansão pelos méritos maternais. A genitora desditosa rogou o amparo de nossos Maiores. Na posição de mãe, apiedava-se de ambas as jovens, de vez que a filha traidora, aos seus olhos, era mais infeliz que a filha escarnecida, embora esta última houvesse adquirido o grave débito dos suicidas, em seu caso atenuado pela alienação
mental
em que a moça se vira, sentenciada sem razão a inqualificável abandono... Examinado o assunto, carinhosamente, pelo Ministro Sânzio, que conhecemos pessoalmente, determinou ele que Marina fosse considerada devedora em conta agravada por ela mesma. E, logo após a decisão, providenciou a fim de que Zilda fosse recambiada ao lar para receber aí os cuidados merecidos. Marina falhara na prova de renúncia em favor da irmã que lhe era credora generosa, mas condenara-se ao sacrifício pela mesma irmãzinha, agora imposta pelo aresto da Lei ao seu convívio, na situação de filha terrivelmente sofredora e imensamente amada. Foi assim que Jorge e Marina, livres, casaram-se, recolhendo da Terra a comunhão afetiva pela qual suspiravam; entretanto, dois anos após o enlace, receberam Zilda em rendado berço, como filhinha estremecida. Mas... desde os primeiros meses do rebento adorado, identificaram-lhe a dolorosa prova. Zilda, hoje chamada Nilda, nasceu surdo-muda e mentalmente retardada, em conseqüência do trauma perispirítico experimentado na morte por envenenamento_voluntário. Inconsciente e atormentada nos refolhos do ser pelas recordações asfixiantes do passado recente, chora quase que dia e noite... Quanto mais sofre, porém, mais ampla ternura recolhe dos pais que a amam com extremados desvelos de compaixão e carinho... A vida corria-lhes regularmente, não obstante atribulada pelas provas naturais do roteiro, quando, há meses, Jorge foi apartado para o leprosário, onde se encontra em tratamento. Desde então, entre o esposo doente e a filhinha infeliz, Marin a, em seu débito agravado, padece o abatimento em que a encontramos, martelada igualmente pela tentação do suicídio.

____O problema era doloroso do ponto de vista humano, contudo encerrava precioso ensinamento da Justiça Divina.
____Nesse instante, a irmã Luísa penetrou no recinto, entre deprimida e ansiosa.
____Inteirou-se de todas as ocorrências e agradeceu, enxugando as lágrimas.

____Silas, no entanto, interessado em conduzir o socorro até ao fim, administrou novos recursos magnéticos à Marina e então presenciamos um quadro inesquecível.
____Marina ergueu-se em Espírito sobre o corpo somático e pousou em nós o olhar vago e inexpressivo...

____Nosso diretor, porém, como a despertar-lhe as percepções do Espírito, afagou-lhe as pupilas, com as mãos aureoladas de fluidos luminescentes e, de repente, à maneira do cego que retorna à visão, a pobre criatura viu a genitora que lhe estendia os braços amigos e carinhosos. Com lágrimas a lhe correrem dos olhos, refugiou- se-lhe no regaço, gritando de alegria:
____- Mãe! minha mãe!... pois és tu?
____Luísa acolheu-a docemente no colo afetuoso, qual se o fizesse a uma criança doente e, mal reprimindo a emoção,
falou-lhe, triste:
____- Sim, filha querida, sou eu, tua mãe!... Rendamos graças a Deus por este minuto de entendimento.
____E, beijando-a ternamente, embora aflita, continuou:
____- Por que o desânimo, quando a luta apenas começa? Ignoras que a dor é a nossa custódia celestial? que seria de
nós, Marina, se o sofrimento não nos ajudasse a sentir e raciocinar para o bem? Regozijate no combate que nos acrisola e salva para a obra de Deus... Não convertas o amor em inferno para ti mesma e nem creias consigas aliviar o esposo e a filhinha com a ilusão da fuga impensada. Lembra-te de que o Senhor transforma o veneno de nossos erros em remédio salutar para o resgate de nossas culpas... A enfermidade de nosso Jorge e a provação de nossa Nilda constituem não somente o caminho abençoado de elevação para eles mesmos, mas igualmente para teu espírito que se lhes associa à
____Experiência na trama da redenção!... Aprende a sofrer com humildade para que a tua dor não seja simplesmente orgulho
ferido... Que fizeste do brio de mulher e do devotamento de mãe? Olvidaste o culto da oração que o lar te ensinou? Enganaste-te, assim tanto, para abraçar a covardia como glória moral? Ainda é tempo!... Levanta-te, desperta, luta
____E vive!... Vive para recuperar a dignidade feminina que tisnaste com a nódoa da traição... Recorda a irmãzinha que
partiu, acabrunhada ao peso do fardo de aflição que lhe impuseste, e paga em desvelo e sacrifício, ao pé da filhinha doente, a conta que deves à Eterna Justiça!... Humilha-te e resgata a própria consciência, com o preço da expiação_dolorosa, mas justa... Trabalha e serve, esperando em Jesus, porque o Divino Médico te restituirá a saúde do esposo, para que, juntos, possamos conduzir a pequenina enferma ao porto da necessária restauração. Não penses estar sozinha, nas longas e ermas noites em que te divides entre a vigília e a desolação!... Comungamos os mesmos sonhos, partilhamos as mesmas lutas!... Que paraíso haverá para os corações maternos que choram, além_do_túmulo, senão a presença dos filhos abençoados, embora esses muitas vezes lhes ocasionem longos dias de angústia? Compadece-te de mim, tua mãe, por enquanto sentenciada ao sofrimento pelo amor com que te ama!... (Ver: Amor materno)

[83 - página 169] - André

Ver também:
*