GUIA.HEU
22 Anos
Respostas de São Luiz a respeito dos vestuários dos espíritos
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____A respeito dos vestuários e pertences dos Espíritos, nas aparições, foi o Espírito São Luís quem nos deu essa solução, mediante as respostas seguintes:

  • Citamos um caso de aparição do Espírito de uma pessoa viva. Esse_Espírito_tinha_uma_caixa_de_rapé, do qual tomava pitadas. Experimentava ele a sensação que experimenta um indivíduo que faz o mesmo?
    R -"Não."
  • Aquela caixa de rapé tinha a forma da de que ele se servia habitualmente e que se achava guardada em sua casa. Que era a dita caixa nas mãos da aparição?
    R -"Uma aparência. Era para que a circunstância fosse notada, como realmente foi, e não tomassem a aparição por uma alucinação devida ao estado de saúde da vidente. O Espírito queria que a senhora em questão acreditasse na realidade da sua presença e, para isso, tomou todas as aparências da realidade."
  • Dizes que era uma aparência; mas, uma aparência nada tem de real, é como uma ilusão de ótica. Desejáramos saber se aquela caixa de rapé era apenas uma imagem sem realidade, ou se nela havia alguma coisa de material?
    R -"Certamente. E com o auxílio deste princípio material que o perispírito toma a aparência de vestuários semelhantes aos que o Espírito usava quando vivo."

    • NOTA. É evidente que a palavra aparência deve ser aqui tomada no sentido de aspecto, imitação. A caixa de rapé real não estava lá; a que o Espírito deixava ver era apenas a representação daquela: era, pois, com relação ao original, uma simples aparência, embora formada de um princípio material, a experiência ensina que nem sempre se deve dar significação literal a certas expressões de que usam os Espíritos. Interpretando-as de acordo com as nossas ideias, expomo-nos a grandes equívocos. Daí a necessidade de aprofundar-se o sentido de suas palavras, todas as vezes que apresentem a menor ambigüidade. É esta uma recomendação que os próprios Espíritos constantemente fazem. Sem a explicação que provocamos, o termo aparência, que de contínuo se reproduz nos casos análogos, poderia prestar-se a uma interpretação falsa.
  • Dar-se-á que a matéria inerte se desdobre? Ou que haja no mundo invisível uma matéria essencial, capaz de tomar a forma dos objetos que vemos? Terão estes um duplo etéreo no mundo invisível como os homens são nele representados pelos Espíritos?
    R -"Não é assim que as coisas se passam. Sobre os elementos_materiais disseminados por todos os pontos do espaço, na vossa atmosfera, têm os Espíritos um poder que estais longe de suspeitar. Podem, pois, eles concentrar à sua vontade esses elementos e dar-lhes a forma aparente que corresponda à dos objetos materiais."

    • NOTA. Esta pergunta, como se pode ver, era a tradução do nosso pensamento, isto é, da ideia que formávamos da natureza de tais objetos. Se as respostas, conforme alguns o pretendem, fossem o reflexo do pensamento, houvéramos obtido a confirmação da nossa teoria e não uma teoria contrária.
  • Formulo novamente a questão, de modo categórico, a fim de evitar todo e qualquer equívoco: São alguma coisa as vestes de que os Espíritos se cobrem?
    R -"Parece-me que a minha resposta precedente resolve a questão. Não sabes que o próprio perispírito é alguma coisa?"
  • Resulta, desta explicação, que os Espíritos fazem passar a matéria etérea pelas transformações que queiram e que, portanto, com relação à caixa de rapé, o Espírito não a encontrou completamente feita, fê-la ele próprio, no momento em que teve necessidade dela, por ato de sua vontade. E, do mesmo modo que a fez, pôde desfazê-la. Outro tanto naturalmente se dá com todos os demais objetos, como vestuários, jóias, etc. Será assim?
    R -"Mas, evidentemente."
  • A caixa de rapé se tornou tão visível para a senhora de que se trata, que lhe produziu a ilusão de uma tabaqueira material. Teria o Espírito podido torná-la tangível para a mesma senhora?
    R -"Teria."
  • Tê-la-ia a senhora podido tomar nas mãos, crente de estar segurando uma caixa de rapé verdadeira?
    R -"Sim."
  • Se a abrisse, teria achado nela rapé? E, se aspirasse esse rapé, ele a faria espirrar?
    R -"Sem dúvida."
  • Pode então o Espírito dar a um objeto, não só a forma, mas também propriedades especiais?
    R -"Se o quiser. Baseado neste princípio foi que respondi afirmativamente às perguntas anteriores. Tereis provas da poderosa ação que os Espíritos exercem sobre a matéria, ação que estais longe de suspeitar, como eu disse há pouco.
  • Suponhamos, então, que quisesse fazer uma substância venenosa. Se uma pessoa a ingerisse, ficaria envenenada?
    R -"Teria podido, mas não faria, por não lhe ser isso permitido."
  • Poderá fazer uma substância salutar e própria para curar uma enfermidade? E já se terá apresentado algum caso destes?
    R -"Já, muitas vezes."
  • Então, poderia também fazer uma substância alimentar? Suponhamos que tenha feito uma fruta, uma iguaria qualquer: se alguém pudesse comer a fruta ou a iguaria, ficaria saciado?
    R -"Ficaria, sim; mas, não procures tanto para achar o que é tão fácil de compreender. Um raio de sol basta para tornar perceptíveis aos vossos órgãos grosseiros essas partículas materiais que enchem o espaço onde viveis. Não sabes que o ar contém vapores dágua? Condensa-os e os farás voltar ao estado normal. Priva-as de calor e eis que essas moléculas impalpáveis e invisíveis se tornarão um corpo sólido e bem sólido, e, assim, muitas outras substâncias de que os químicos tirarão maravilhas ainda mais espantosas. Simplesmente, o Espírito dispõe de instrumentos mais perfeitos do que os vossos: a vontade e a permissão de Deus."

    • NOTA. A questão da saciedade é aqui muito importante. Como pode produzir a saciedade uma substância cuja existência e propriedades são meramente temporárias e, de certo modo, convencionais? O que se dá é que essa substância, pelo seu contacto com o estômago, produz a sensação da saciedade, mas não a saciedade que resulta da plenitude. Desde que uma substância dessa natureza pode atuar sobre a economia e modificar um estado mórbido, também pode, perfeitamente. atuar sobre o estômago e produzir a' a impressão da saciedade. Esses casos são raros, excepcionais e nunca dependem da vontade.
  • Têm todos os Espíritos, no mesmo grau, o poder de produzir objetos tangíveis?
    R -"É fora de dúvida que quanto_mais_elevado_é_o_Espírito, tanto mais facilmente o consegue. Porém, ainda aqui, tudo depende das circunstâncias. Desse poder também podem dispor os Espíritos inferiores."
  • O Espírito tem sempre o conhecimento exato do modo por que compõe suas vestes, ou os objetos cuja aparência ele faz visível?
    R -"Não; muitas vezes concorre para a formação de todas essas coisas, praticando um ato instintivo, que ele próprio não compreende, se já não estiver bastante esclarecido para isso."
  • Uma vez que o Espírito pode extrair do elemento_universal os materiais que lhe são necessários à produção de todas essas coisas e dar-lhes uma realidade temporária, com as propriedades que lhes são peculiares, também poderá tirar dali o que for preciso para escrever, possibilidade que nos daria a explicação do fenômeno da escrita direta?
    R -"Até que, afinal, chegaste ao ponto."

    • NOTA. Era, com efeito, aí que queríamos chegar com todas as nossas questões preliminares. A resposta prova que o Espírito lera o nosso pensamento.
  • Pois que a matéria de que se serve o Espírito carece de persistência, como é que não desaparecem os traços da escrita direta?
    R -"Não faças jogo de palavras. Primeiramente, não empreguei o termo - nunca. Tratava-se de um objeto material volumoso, ao passo que aqui se trata de sinais que, por ser útil conservá-los, são conservados. O que quis dizer foi que os objetos assim compostos pelos Espíritos não poderiam tornar-se objetos de uso comum por não haver neles, realmente, agregação de matéria, como nos vossos corpos sólidos."
  • Os objetos que, pela vontade do Espírito, se tornam tangíveis, poderiam permanecer com esse caráter e tornarem-se de uso?
    R -"Isso poderia dar-se, mas não se faz. Está fora das leis."

[17b - página 166 item 128]

Ver também
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DESAPARECIDOS (Crianças e Adolescentes)