GUIA.HEU
20 Anos
Pneumatografia
Crianças e Adolescentes
DESAPARECIDOS

ESCRITA DIRETA DOS ESPÍRITOS - ESCRITA INDEPENDENTE- PSICOGRAFIA INDIRETA

____Tomemos, por exemplo, uma cestinha de 15 a 20 centímetros de diâmetro que pode ser de madeira ou de junco, a substância é indiferente. Então, através do fundo dessa cesta se faz passar um lápis fixado solidamente, com a ponta para fora e para baixo, mantendo-se o todo em equilíbrio sobre a ponta do lápis colocado sobre uma folha de papel, aplicando-se os dedos sobre a cesta, se os Espíritos desejarem comunicar-se, esta se moverá naturalmente, formando traços, desenhando ou escrevendo, palavras, frases ou mensagens completas. Porém, a escrita assim obtida nem sempre é legível.
____Nesta fase usou-se, também, a ardósia com um lápis apropriado, também, designada cesta pião. Depois, várias outras disposições foram imaginadas para atingir o mesmo fim. A mais cômoda é a denominada de cesta de bico, e que consistia em adaptar sobre a cesta uma haste de madeira inclinada, fazendo saliência de 10 a 15 centímetros de lado, como se fosse na posição do mastro de gurupés ou de um navio.

http://lacosespirituais.wordpress.com/author/semiramisalencar/page/69/
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Pneumatografia - (Do grego - pneuma - ar, sopro, vento, espírito, e graphô, escrevo.) - Escrita direta dos Espíritos, sem o auxílio da mão de um médium.

[17b - página 486 ]

Médiuns pneumatógrafos: os que têm a capacidade de obter escrita direta dos espíritos. Fenômeno muito raro e, sobretudo, muito fácil de ser imitado pelos trapaceiros.

____NOTA. Os Espíritos insistiram, contra a nossa opinião, em incluir a escrita direta entre os fenômenos de ordem física, pela razão, disseram eles, de que: "Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium, o que não se dá na escrita direta. A ação do médium é aqui toda material, ao passo que no médium_escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel ativo."

[17b - página 232 item 189]

____Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara.

____Desenvolve-se, provavelmente, pelo exercício; mas, como dissemos, sua utilidade prática se limita a uma comprovação patente da intervenção de uma força oculta nas manifestações. Só a experiência é capaz de dar a ver a qualquer pessoa se a possui. Pode-se, portanto, experimentar, como também se pode inquirir a respeito um Espírito protetor, pelos outros meios de comunicação. Conforme seja maior ou menor o poder do médium, obtêm-se simples traços, sinais, letras, palavras, frases e mesmo páginas inteiras. Basta de ordinário colocar uma folha de papel dobrada num lugar qualquer, ou indicado pelo Espírito, durante dez minutos, ou um quarto de hora, às vezes mais. A prece e o recolhimento são condições essenciais; é por isso que se pode considerar impossível a obtenção de coisa alguma, numa reunião de pessoas pouco sérias, ou não animadas de sentimentos de simpatia e benevolência.

[17b - página 219 item 177]

____A escrita direta, ou pneumatografia, é a que se produz espontaneamente, sem o concurso, nem da mão do médium, nem do lápis. Basta tomar-se de uma folha de papel branco, o que se pode fazer com todas as precauções necessárias, para se ter a certeza da ausência de qualquer fraude, dobrá-la e depositá-la em qualquer parte, numa gaveta, ou simplesmente sobre um móvel. Feito isso, se a pessoa estiver nas devidas condições, ao cabo de mais ou menos longo tempo encontrar-se-ão, traçados no papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações, as mais das vezes com uma substância acinzentada, análoga à plumbagina, doutras vezes com lápis vermelho, tinta comum e, mesmo, tinta de imprimir.

____A escrita se forma por meio de uma matéria depositada sobre o papel.

[17b - página 166 item 127]

____A pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem intermediário algum; difere da psicografia, por ser esta a transmissão do pensamento do Espírito, mediante a escrita feita com a mão do médium.

____O fenômeno da escrita direta é, não há negar, um dos mais extraordinários do Espiritismo; mas, por multo anormal que pareça, à primeira vista, constitui hoje fato averiguado e incontestável. A teoria, sempre necessária, para nos inteirarmos da possibilidade dos fenômenos espíritas em geral, talvez mais necessária ainda se faz neste caso que, sem contestação, é um dos mais estranhos que se possam apresentar, porém que deixa de parecer sobrenatural, desde que se lhe compreenda o princípio.

____Da primeira vez que este fenômeno se produziu, a da dúvida foi a impressão dominante que deixou. Logo acudiu aos que o presenciaram a ideia de um embuste. Toda gente, com efeito, conhece a ação das tintas chamadas simpáticas, cujos traços, a princípio completamente invisíveis, aparecem ao cabo de algum tempo. Podia, pois, dar-se que houvessem, por esse meio, abusado da credulidade dos assistentes e longe nos achamos de afirmar que nunca o tenham feito. Estamos até convencidos de que algumas pessoas, seja com intuitos mercantis, seja apenas por amor-próprio e para fazer acreditar nas suas faculdades, hão empregado subterfúgios.

[17b - página 192 item 146]

____Uma vez que a possibilidade de escrever sem intermediário representa um dos atributos do Espírito; uma vez que os Espíritos sempre existiram desde todos os tempos e que desde todos os tempos se hão produzindo os diversos fenômenos que conhecemos, o da escrita direta igualmente se há de ter operado na antigüidade, tanto quanto nos dias atuais. Deste modo é que se pode explicar o aparecimento das três palavras célebres, na sala do festim de Baltazar.

____A Idade Média, tão fecunda em prodígios ocultos, mas que eram abafados por meio das fogueiras, também conheceu necessariamente a escrita direta, e possível é que, na teoria das modificações por que os Espíritos podem fazer passar a matéria, se encontre o fundamento da crença na transmutação dos metais.

____Todavia, quaisquer que tenham sido os resultados obtidos em diversas épocas, só depois de vulgarizadas as manifestações espíritas foi que se tomou a sério a questão da escrita direta. Ao que parece, o primeiro a torná-la conhecida, estes últimos anos, em Paris, foi o barão de Guldenstubbe, que publicou sobre o assunto uma obra muito interessante, com grande número de fac similes das escritas que obteve. O fenômeno já era conhecido na América, havia algum tempo. A posição social do Sr. Guldenstubbe, sua independência, a consideração de que goza nas mais elevadas rodas incontestavelmente afastam toda suspeita de fraude intencional, porquanto nenhum motivo de interesse havia a que ele obedecesse. Quando muito, o que se poderia supor, é que fora vítima de uma ilusão; a isto, porém, um fato responde peremptoriamente: o de haverem outras pessoas obtido o mesmo fenômeno, cercadas de todas as precauções necessárias para evitar qualquer embuste e qualquer causa de erro.

[17b - página 193 item 147]

____A escrita direta se obtém, como, em geral, a maior parte das manifestações_espíritas não espontâneas, ...

  • por meio da concentração,
  • da prece
  • e da evocação.

____Têm-se produzido em igrejas, sobre túmulos, no sopé de estátuas, ou imagens de personagens evocadas.

____Evidente, porem, é que o local nenhuma outra influência exerce, além da de facultar maior recolhimento espiritual e maior concentração dos pensamentos; porquanto, provado está que o fenômeno se obtém, igualmente, sem esses acessórios e nos lugares mais comuns, sobre um simples móvel caseiro, desde que os que desejam obtê-lo se achem nas devidas condições morais e que entre esses se encontre quem possua a necessária faculdade mediúnica.

____Julgou-se, a princípio, ser preciso colocar-se aqui ou ali um lápis com o papel. O fato então podia, até certo ponto, explicar-se. É sabido que os Espíritos produzem o movimento e a deslocação dos objetos; que, algumas vezes, os tomam e atiram longe. Bem podiam, pois, tomar também do lápis e servir-se dele para traçar letras. Visto que o impulsionam, utilizando-se da mão do médium, de uma prancheta, etc., podiam, do mesmo modo, impulsioná-lo diretamente.

____Não tardou, porém, se reconhecesse que o lápis era dispensável, que bastava um pedaço de papel, dobrado ou não, para que, ao cabo de alguns minutos, se achassem nele grafadas letras. Aqui, já o fenômeno muda completamente de aspecto e nos transporta a uma ordem inteiramente nova de coisas. As letras hão de ter sido traçadas com uma substância qualquer. Ora, sendo certo que ninguém forneceu ao Espírito essa substância, segue-se que ele próprio a compôs. Donde a tirou? Esse o problema.

____Para escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem dos nossos instrumentos. - Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos de que há mister, tirando, para isso, os materiais precisos, do elemento_primitivo_universal que, pela ação da sua vontade, sofre as modificações necessárias à produção do efeito desejado. Possível lhe é, portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita, conforme temos tido ensejo de verificar. A filha de um senhor que conhecemos, menina de 12 a 13 anos, obteve páginas e páginas escritas com uma substância análoga ao pastel.

[17b - página 194 item 148]

ESCRITA DIRETA

É esta a expressão empregada para designar a escrita que não é produzida por nenhuma das pessoas presentes.

Obtive várias vêzes palavras e comunicações escritas em papel marcado com o meu sinete particular e, sob as mais rigorosas condições de controle, ouvi na escuridão o ranger do lápis a mover-se sobre o papel.

As precauções, previamente tomadas por mim, eram tão grandes que eu estava perfeitamente convencido como se eu houvesse visto os caracteres se formarem. Mas, como o espaço não me permite entrar em todas as minúcias, limitar-me-ei a citar os casos nos quais meus olhos, tão bem quanto os meus ouvidos, foram testemunhas da operação.

O primeiro fato, que citarei, produziu-se, é certo, em uma sessão às escuras, mas o seu resultado não foi menos satisfatório.

Eu estava sentado perto da médium, a Senhora_Fox; não havia outras pessoas presentes, além de minha mulher e uma senhora nossa parenta, e eu segurava as mãos da médium com uma das minhas, enquanto que seus pés estavam sobre os meus.

Diante de nós, sobre a mesa, havia papel, e a minha mão livre segurava o lápis.

Mão luminosa desceu do teto da sala e, depois de ter pairado perto de mim durante alguns segundos, tomou-me o lápis, escreveu rapidamente numa folha de papel, abandonou o lápis e, em seguida, elevou-se acima das nossas cabeças, perdendo-se pouco a pouco na escuridão.

O meu segundo exemplo pode ser considerado um insucesso.

Um grande revés ensina muitas vêzes mais do que a experiência mais bem sucedida.

Essa manifestação se realizou à luz, em minha própria sala, e somente em presença do Senhor Home e de alguns amigos íntimos.

Várias circunstâncias, das quais é inútil fazer a narração, me tinham mostrado que o poder do Senhor Home era muito forte essa noite. Exprimi, pois, o desejo de ser testemunha, nesse momento, da produção de uma comunicação escrita, do modo por que antes eu tinha ouvido narrar por um dos meus amigos.

Imediatamente nos deram a seguinte comunicação alfabética: Experimentaremos.

Colocamos algumas folhas de papel e um lápis no meio da mesa, e, então, o lápis ergueu-se apoiando-se sobre a ponta, avançou para o papel com saltos mal seguros, e caiu. Depois, tornou a levantar-se e a cair ainda. Uma terceira vez se esforçou, mas sem obter melhor resultado.

Depois dessas três tentativas infrutíferas, uma pequena régua, que se achava ao lado sobre a mesa, resvalou para o lápis e elevou-se a algumas polegadas acima da mesa, o lápis levantou-se de novo, apoiou-se na régua, e ambos fizeram esforço para escrever no papel. Depois de terem experimentado três vêzes, a régua abandonou o lápis e voltou ao seu lugar; o lápis tornou a cair sobre o papel, e uma comunicação alfabética nos disse: Experimentamos satisfazer o vosso pedido, porém está acima do nosso poder.

[134 - Capítulo ESCRITA DIRETA]    -   William Crookes

DANIEL [5]

  • 1 O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na presença dos mil.
  • 2 Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem por eles o rei, e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
  • 3 Então trouxeram os vasos de ouro que foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
  • 4 Beberam vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, e de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra.
  • 5 Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo.
  • 6 Mudou-se, então, o semblante do rei, e os seus pensamentos o perturbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro.
  • 7 E ordenou o rei em alta voz, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei, e disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler esta escritura, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e no reino será o terceiro governante.
  • 8 Então entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler o escrito, nem fazer saber ao rei a sua interpretação.
  • 9 Nisto ficou o rei Belsazar muito perturbado, e se lhe mudou o semblante; e os seus grandes estavam perplexos.
  • 10 Ora a rainha, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete; e a rainha disse: ó rei, vive para sempre; não te perturbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante.
  • 11 Há no teu reino um homem que tem o espírito_dos_deuses_santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus, e dos adivinhadores
  • 12 porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento e entendimento para interpretar sonhos, explicar enigmas e resolver dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação.
  • 13 Então Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, e disse à Daniel: és tu aquele Daniel, um dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?
  • 14 Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham a luz, o entendimento e a excelente sabedoria.
  • 15 Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios, os encantadores, para lerem o escrito, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras.
  • 16 Ouvi dizer, porém, a teu respeito que podes dar interpretações e resolver dúvidas. Agora, pois, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço, e no reino serás o terceiro governante.
  • 17 Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro; todavia vou ler ao rei o escrito, e lhe farei saber a interpretação.
  • 18 O Altíssimo Deus, ó rei, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e a grandeza, glória e majestade
  • 19 e por causa da grandeza que lhe deu, todos os povos, nações, e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava, e a quem queria conservava em vida; a quem queria exaltava, e a quem queria abatia.
  • 20 Mas quando o seu coração se elevou, e o seu espírito se endureceu para se haver arrogantemente, foi derrubado do seu trono real, e passou dele a sua glória.
  • 21 E foi expulso do meio dos filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante aos dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que o Altíssimo Deus tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele.
  • 22 E tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste tudo isso
  • 23 porém te elevaste contra o Senhor do céu; pois foram trazidos a tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus grandes, as tua mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.:
  • 24 Então dele foi enviada aquela parte da mão que traçou o escrito.
  • 25 Esta, pois, é a escritura que foi traçada: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSlM.
  • 26 Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.
  • 27 tEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.
  • 28 PERES: Dividido está o teu reino, e entregue aos medos e persas.
  • 29 Então Belsazar deu ordem, e vestiram a Daniel de púrpura, puseram-lhe uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamaram a respeito dele que seria o terceiro em autoridade no reino.
  • 30 Naquela mesma noite Belsazar, o rei dos caldeus, foi morto.
  • 31 E Dario, o medo, recebeu o reino, tendo cerca de sessenta e dois anos de idade.

Os grandes fatos da clarividência, assim como da escrita direta e independente, têm sido tão completamente demonstrados e são tão evidentemente demonstráveis, em suas condições peculiares, que nenhum perfeito e sincero investigador poderá contestá-los. As condições em que se têm produzido, são tais, que isolam toda possibilidade de fraude. Novos testemunhos a seu respeito estão aparecendo diariamente em todas as partes do Globo. Exibindo, como o fazem, o lado físico e o mental de muitos fenômenos análogos, eles podem ser perfeitamente escolhidos como fatos típicos, já hoje incontroversos, e oferecendo bases de certeza a uma ciência_psico-física, justificando uma crença implícita na imortalidade.

____"É uma questão de evidência primeiro, e depois de explicação, tanto quanto for possível, dos fatos, corno eles devem ser estabelecidos." Assim escreveu o eminente jurisconsulto e primeiro ministro inglês, Williarn E.Gladstone, em 16 de Outubro de 1878, a respeito desses fenômenos.

[97 - página 29] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

____Os fenômenos da escrita direta e da clarividência foram escolhidos para servir de base científica, porque não se encontra brecha, nem dúvida concebivel, no método experimentativo pelo qual eles foram e são diariamente verificados e confirmados.

  • Pode haver outros fenômenos mais surpreendentes, a cujo conhecimento uma cabal convicção destes nos pode com segurança levar;
  • nenhum, porém, que o saibamos, impressionará melhor os sentidos e a razão do cientista que busca a sua confirmação.

____Sejam todos os médiuns de escrita direta apanhados em fraude, isso não invalidará os fenômenos até provar-se que um prestidigitador perito, sem ter faculdades_mediúnicas, possa produzi-los em idênticas condições. Isso, pela natureza do fato, não se pode dar, visto envolver o exercício de uma faculdade, ao mesmo tempo anormal e transcendente, sem a qual o fato seria inexplicável.

[97 - página 99] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

____O movimento independente de um objeto pode ser realmente em si mesmo um ato trivial, mas quando é feito sem a aplicação de nenhuma força conhecida, seja humana ou mecânica, torna-se tão importante que, aos olhos de Faraday, HaeckeL, Youmans e outros físicos, assume o caráter de um milagre, que os leva a repudiá-lo. Pelo fato de ser incrível, será um ato indeterminado?

[97 - página 118] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

____O Banner of Light de 17 de Julho de 1880. falou dos trabalhos mediúnicos importantes obitidos em Rochester pelo Sr. Powell, em condições de não ser possível qualquer suspeita de embuste, e sob a inspeção de uma comissão de físicos e químicos denomeada, como os Srs.Dr. Wm. Paine, Dr. Rouben Carter, B. F. Dubois, John P. Hayes, Alfred Lawrence e F. J. Keffer, os quais declararam não poder explicar as manifestações psicológicas produzidas por intermédio do Sr. Powell, em 1879, em Filadélfia.

[97 - página 53] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

____O Barão Luis Guldenstubbé, que deixou a vida em 27 de Maio de 1873, na sua residência, em Paris, 29 rua de Trévise, aos 53 anos de idade. Foi conhecido principalmente por suas investigações e experiências em pneumatografia. De origem sueca, pertencia a antiga familia escandinava, de nomeada histórica, tendo dois dos seus antepassados do mesmo nome sido queimados vivos, em 1309, na companhia de Jaques de Molav, por ordem do Papa Clemente IV.

____O Barão passava uma vida retirada, em companhia de sua virtuosa irmã. Sua memória é afetuosamente respeitada por sua conduta nobre, urbana e benévola e por seus numerosos atos de modesta caridade. Sua prircipal obra é "La réalité des Esprits et le Phénomène merveilleux de leur ecriture directe", publicada em Paris por D.Franclc, em 1857...

____... Esses fenômenos, diz ele estão agora firmados sobre a base sólida dos fatos, permitindo que de ora em diante consideremos a imortalidade_da_alma como um fato científico, e o Espiritismo como uma ponte lançada entre este mundo e o Invisível.

[97 - página 60] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

____Foi o barão de Guldenstubbe, que publicou sobre esse assunto uma obra bastante interessante, contendo um grande número de facsímiles das escritas que obteve. O fenômeno já era conhecido nos Estados Unidos há algum tempo. A posição social do barão de Guldenstubbe, sua independência, a consideração de que desfrutava nas mais altas rodas afastam incontestavelmente toda suspeita de fraude voluntária, pois ele não poderia ter sido movido por nenhum motivo de interesse. Quando muito, o que se poderia supor é que teria sido vítima de uma ilusão; porém, em relação a isso, um fato responde categoricamente: a obtenção do mesmo fenômeno por outras pessoas cercadas de todas as precauções necessárias para evitar qualquer fraude ou qualquer motivo de erro.

http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/lm/17_p2_cap11.pdf
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____É impossivel ler-se a obra de Guldenstubbé sem se sentir a impressão da sua intensa sinceridade, como da sua inteligência e loquacidade como escritor. “Aqui està um livro, diz elo, que encerra os primeiros elementos positivos da grande ciência da comunicaçao direta com o mundo sobrenatural, a única base de todas as religiões históricas, desde a majestosa lei de Jeová gravada (segundo acreditou Moisés) pelo dedo do próprio Deus sobre duas táboas, até às palavras cheias de unção divina do santo márlir do Calvário; desde o Veda dos hindus até o Zend-Avesta de Zoroastro, desde as misteriosas cerimónias do Egito até os oráculos da Grécia e de Roma."

[97 - página 63] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

____Todas as manifestações estavam longe de ser conclusivas, podendo no máximo, revelar-nos a existência de forças e de leis ainda desconhecidas. Somento a escritura direta nos revela a realidade de um mundo_invisível, donde emanam as revelações religiosas e os milagres . A esperança renasce portanto, agora, no coração da Humanidade, ficando plenamente firmadas suas ideias religiosas a respeito da imortalidade_da_alma, base de todas as verdades.

____Deixai que vos faça lembrar que, relativamente a todas as grandes verdades, quanto mais sublimes e profundas são, maiores obstáculos têm a vencer e maior a repulsa que muitos lhes votam. É somente depois do embate das discussões, sustentadas pelas pessoas sinceras que têm podido verificar o maravilhoso fenômeno da correspondência direta dos Espiritos, que a inteligência humana, progressiva por natureza, será finalmente forçada a admitilo como uma verdade.

____Permiti que, sem receio, eu diga ainda mais alguma coisa. Podemos não estar mais aqui para observar o advento do venturoso dia, cuja aurora desponta para nós em longínquo horizonte, e do qual, gênios ilustres, como Swedenhorg, Bengel, Jung-Stilling e o Conde José de Maistre tiveram o pressentimento e saudaram com o nome de Terceira_Revelação, segundo o profeta Joel (capítulo 2, vers. 28, 29) "Depois disso derrramarei meu espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos terão sonhos, vossos maucebos terão visões; e nesses dias também derramarei o espírito sobre os servos e servas" ...

____...Entre as testemunhas oculares da escrita independente e outros fenômenos obtidos por intermédio do barão de Guldenstubbe estavam:

  • O Sr. Delamarre, editor de "La Patrie"
  • O Sr. Choisselat, editor de "L’Univers"
  • Robert Dale Owen, ministro dos Estados Unidos;
  • O Sr. Lacordaire, irmão do grande pregador; o Sr de Bonnechose, conhecido historiador;
  • O Sr. Kiorboë, notável pintor sueco e ministro em Paris;
  • O Barão Von Rosenberg, embaixador alemão na Corte de Wurtemberg;
  • O Príncipe Léonide Galitzin, e dois outros representantes da nobreza de Moscou;
  • O Dr. Bowron, de Paris;
  • O Coronel Kollmann, de Paris;
  • e meu amigo, Reverendo Willíam Mountford, de Béston, cuja comunicação, a mim dirigida sobre o Barão, fiz publicar no "London Spiritualist", de 21 de Dezembro de 1877.

____... Esse fenômeno maravilhoso vem confirmar...

  • O que disse Moisés (Êxod., 31:18; 32:15,16; 24:12; Deut., 4:13; 5:22;9:10; 10:1-5) sobre a revelação do Decálogo;
  • e o que conta Daniel acerca da escrita maravilhosa que se mostrou na parede durante o festim do rei Baltasar (Daniel, 5:5. etc.)

____A descoberta da escrita diretamente sobrenatural é mais preciosa, porque poderá ser provada por experiências repetidas pelo autor na presença dos incrédulos, os quais podem mesmo fornecer o papel, a fim de afastar a absurda objeção que o materialismo céptico tem apresentado quanto à probabilidade de o papel empregado ter sido quimicamente preparado. É precisamente naaplicação do método experimental aos fenômenos diretos sobrenaturais ou milagres, que reside a originalidade e a força dessa descoberta, sem precedente nos anais da Humanidade, pois que não tem a pretensão de ser admitida como uma revivência dos milagres. Para provar a sua realidade, torna-se preciso nos contentarmos com o testemunho dos que os têm observado.

____Hoje, quando todas as ciências procedem pelo método experimental, os resultados da observação mais perfeitamente verificados e os mais fortes testemunhos se mostram impotentes, tratando-se desse fenômeno extraordinário, que não pode ser explicado pelas leis físicas conhecidas. O homem, transviado pelas experiências palpáveis dos físicos, não dá mais crédito ao testemunho histórico, principalmente quando se refere aos misterio­sos fenómenos reveladores da existência de potências invisíveis e superiores às forças e às leis da matéria inerte.

____Hoje, tanto no que se refere à moral como às ciências exatas, todos querem fatos, e nós os damos em abundância .

____Mais de quinhenlas experiências foram feitas, desde o memorável dia 13 de Agosto de 1856, pelo autor (barão de Guldenstubbe ) e seus dois amigos, Conde d´Ourches e o General Barão de Bréwern. Mais de cinquenta pessoas, que forneceram o papel, puderam verificar o espantoso fenômeno da escrita direta por Inteligências invisíveis. ..

____... Guldenstubbé, já o vimos, não se considerava médium, apesar dos fenômenos pneumatográficos e outros se produzirem em sua presenca - Talvez seja pelo fato de não se acreditar médium, que ele baseou a sua pretensão de ser um descobridor. Diz-ros que suas primeiras experiências para obter a escrita direta eram precedidas de interessantes preces, julgando-as um elemento próprio para provar-lhe a imortalidade_da_-alma. Depositou alguns pedaços de papel e um lápis aguçado em uma caixinha, que fechou, guardando sempre consigo a chave.

____A ninguém havia confiado a sua intenção. Em vão esperou durante doze dias. Nem o menor traço de lápís apareceu no papel.

____Qual não foi, porém, o seu espanto, quando, no memoravel dia acima mencionado, descobriu certos caracteres misteriosos traçados no papel!

____Por dez vezes, durante esse dia, com intervalos de hora e meia, conseguiu o mesmo resultado, substituindo de cada vez o papel.

____Em 14 de Agosto de 1856 obteve o mesmo fenômeno por vinte vezes, conservando a caixinha aberta e sem afastá-la da sua vista - Foi então que notou estarem os caracteres e as palavras, na linguagem estônia, formadas ou gravadas no papel sem o emprego do lápis. Desde então, parecendo-lhe supérfluo o lápis, deixou de colocá-lo sobre o papel, limitando-se a pôr um pedaço de papel branco sobre a mesa do seu próprio quarto, ou sobre o pedestal de uma estátua antiga, ou de uma urna, no Louvre, em São Denis e em outras igrejas, O resultado foi idêntico quanto às experiências feitas nos diversos cemitérios de Paris.

____Depois de haver a si mesmo provado satisfatôria­mente o fenômeno da escrita direta por mais de trinta experiências, comunicou o segredo ao Conde dOurclies, assaz conhecido investigador. O Conde testemunhou o fenômeno mais de quarenta vezes, no Louvre e nas es­cadas que cerean, os monumentos de Pascal e de Racine no cemit&rio de Montmartre. Subsequentemente, no mes de Outubro, o Conde, sem a cooperação de Guldenstubbé, obteve muitas escrituras diretas dos Espiritos, entre as quais ‘na de sua mãe, que havia deixado a vida 20 anos antes.

____Sessenta e sete 4fac-similes» de escritas obtidas por Guldenstubbê se encontram em seu livro. Quanto à ques­tão: Que meios empregam os Espíritos para escrever? ele nos diz que o fenômeno prova poder o Espírito atuar diretamente sobre a matéria, provàvelmente pela sua. simples força de vonttúie. A celeridade com que as es­critas são produzidas frequentemente maior que a do pensamento humano, e uma confirmação dessa teoria, e está de pleno acordo com a minha própria experiência. Sei de unia mensagem com 52 palavras, que foi escrita na lousa em menos de 15 segundos. Geralmente, quando se deseja ouvir o som do lápis que escreve, deve-se em­pregar este; mas nem sempre se conhece o caso em que ele 6 aproveitado.

____A maior parte dos escritos diretos dos Espíritos, por mim obtidos, parece ter sido feita com lápis: em cerca de trinta, parece que foi empregada uma tinta azul escura.

____Sobre a questão de serem as comunicações um reflexo da alma dos médiuns, Guldenstubbé diz: “A minha própria experiência prova amplamente que o reflexo dos pensamentos em nada influi nos fenômenos. Em primeiro lugar, o Espírito que desejamos, geralmente não se apresenta para escrever; vem em seu lugar um outro no qual não pensamos e cujo nome, as vezes, nem mesmo nos é conhecido. Quanto aos Espíritos simpáticos, eles dificilmento se apresentam nessas experiências. Os Espíritos frequentemente escreviam páginas inteiras, ora com um lápis comum, ora com tinta, quando eu me ocupava de outras coisas. A ideia da ação reflexa contradiz minhas quinhentas experiências, porque, geralmente, eu não evocava um determinado Espírito.”

____.... “Nenhum raciocínio, diz ele, poderá persuadir-nos da não existência de um fato completamente provado; com certeza, nenhum cristão deve recusar tal prova, ao mesmo tempo moral e material, da imortalidade_da_alma, como nos fornece a escrita direta espiritual. Os fatos maravilhosos que apresento, são análogos aos fenômenos sobre os quais se basearam todas as tradições sagradas e todas as mitologias das nações (9) .

____As minhas conclusões estão de acordo com as crenças de dezesseis séculos. Foi sómento no décimo oitavo e no décimo nono séculos que se começou a professar ideias diametralmente opostas ao Espiritismo... Assevero que assentei os primeiros fundamentos da ciência positiva do Espiritismo em fatos irrefutáveis... Certamente há-de chegar o dia em que a Humanidade abandonará com compassivo desdém esses materialistas que se acreditam os únicos conhecedores das leis da Natureza, mas que só conhecem as manifestaçêes materiais.

____Infelizmente, a demonofobia dos sacerdotes e dos pastores, de um lado, e do outro o materialismo, o cepticismo, o reciocínalismo e o excessivo estudo das ciência ditas exatas, quase extirparam do coração do homem os germes do sentimento religioso. Há verdadeiramente, porém, um fenômeno direto, ao mesmo tempo inteligente e material, independente da vontade e da imaginação, como a escrita direta dos Espíritos, vindos sem serem evocados, que pode fornecer-nos uma prova irrecusável da existência de um mundo super-sensorial."

(9) Vêde, em relação às religiões hebráica e cristã, a obra do Dr. Eugnio Crowell, Primitive Christianity and Modern Spiritualism.

[97 - página 62] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

____O Dr. George Wyld, de Londres em sua obra " Theosophy and the Higher Life" (Trübner & Cia., 1880), observa:

  • "Não há fenômeno espírita que mais poderosamente me tenha impressionado que o da escrita direta na lousa. O médium Henry Slade e suas escritas na lousa foram para mim objeto de absorvente interesse. Tudo se passou públicamente e foi exposto à luz. A certeza de ser a escrita produzida por uma Inteligência espiritual, sem intervenção de mãos humanas, foi esmagadora, e, diante dela, o materialismo de três mil anos foi refutado em cinco minutos. Quando , por esse motivo, a ignorância brutal e intolerante prendeu Slade e o levou ao tribunal correcional, senti-me disposto a afrontar todos os perigos e a assumir a responsabilidade de sua defesa."

[97 - página 79] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

____Há fatos numerosos contrariando a teoria de ser sempre a escrita direta saida da inteligência do médium. É provável, porém, que muitas vezes ela possa ser influenciada pelas impressões deste...

____... Quando as comunicações vem indiretamente pelos médiuns, com a assinatura do nome de uma pessoa eminente, é certo que seu estilo embeleza o assunto. A teoria de haver impostores, no mundo espiritual como neste, combina com todos os fatos da pneumatologia produzidos através dos tempos.

[97 - página 135] - 1880 - Epes Sargent (1813-1880)

Se os espíritas tivessem o poder de inventar demonstrações para uso dos incrédulos, naturalmente não teriam imaginado provas tão concludentes como as que os próprios Espíritos forneceram. Vejamos, com efeito, como se responde imediatamente à crítica por fatos que derrocam as teorias laboriosamente arquitetadas pelos sábios.

  • Aos movimentos nascentes e inconscientes a mesa opõe a levitação sem contacto.
  • A teoria da transmissão_do_pensamento fica aniquilada pela revelação de fatos a princípio desconhecidos de todos os assistentes, porém cuja realidade se verifica em seguida.
  • A segunda personalidade dos histéricos contrapõem-se fenômenos_em_língua estrangeira.

____Entretanto, vamos observar uma variante da escrita_automática, mas desta vez feita diretamente pelos Espíritos. Essa ausência de intervenção humana atira para muito longe, ao campo das hipóteses improváveis, as teorias do hemisfério direito e da multiplex personnality do Sr. Myers, assim como as das personalidades histéricas elaboradas pelos doutos Srs. Janet e Binet.
____Já o dissemos, o Barão de Guldenstubbé foi o primeiro que obteve, na França, a escrita direta. Eis como ele relata o fato (39) :

    • Em um belo dia (1 de agosto de 1856), veio-lhe o pensamento de experimentar se os Espíritos podiam escrever diretamente, sem o auxílio de um médium. Conhecendo a escrita direta misteriosa do Decálogo, segundo Moisés, a escrita igualmente direta e misteriosa na sala do festim do Rei Baltasar, segundo Daniel, e tendo também ouvido falar dos mistérios modernos de Straford, na América, onde se acharam certos caracteres ilegíveis e estranhos traçados num pedaço de papel e que não pareciam provir dos médiuns; o autor quis certificar-se da realidade de um fenômeno cujo alcance seria imenso, se fosse verdadeiro.
      ____Colocou, portanto, uma folha de papel em branco e um lápis aparado dentro de uma caixinha fechada a chave, guardando sempre essa chave consigo e a ninguém dando parte da sua experiência. Durante doze dias esperou inutilmente, sem observar o menor traço de lápis no papel; mas, a 13 de agosto de 1856, o seu espanto foi grande quando notou certos caracteres misteriosos no papel; apenas sucedeu tal fato, ele repetiu por dez vezes a experiência no mesmo dia, para sempre memorável, colocando, no fim de cada meia hora, uma nova folha de papel em branco na caixinha. A experiência foi ,coroada de êxito completo.
      ____No dia imediato, 14 de agosto, fez de novo umas vinte experiências, deixando a caixinha aberta e não a perdendo de vista; viu, então, que caracteres e palavras na língua estônia formavam-se ou eram gravados no papel, sem que o lápis se movesse. Desde então, vendo a inutilidade do lápis, cessou de pô-lo sobre o papel; e, colocando simplesmente uma folha de papel dentro de uma gaveta, em sua casa, obteve também comunicações (40)
      ____O Barão de Guldenstubbé repetiu a experiência em presença do Conde d'Ourches, e este obteve uma comunicação de sua mãe, cuja assinatura e letra foram reconhecidas como autênticas, quando comparadas com as dos autógrafos que o Conde possuía.
      ____Esses primeiros ensaios foram seguidos de muitos outros, e o autor adquiriu a certeza de não ser ele quem escrevia em estado_sonambúlico, como julgou a princípio.
  • Wallace
  • ____Na Inglaterra, Wallace constatou a escrita direta, em casa da Sra Marshall, médium (41)
    ____Tendo sido a mesa previamente examinada, uma folha de papel de carta foi, em segredo, marcada por mim e colocada com um lápis de chumbo sob o pé central do móvel, conservando todos os assistentes as suas mãos sobre a mesa. Passados alguns minutos, ouviram-se alguns ruídos e, retirado o papel, achei nele traçada, com leves caracteres, a palavra William. Em outra ocasião, um amigo provinciano, totalmente estranho ao médium e cujo nome não tinha sido mencionado, acompanhava-me; quando se recebeu o que foi dado como uma comunicação de seu filho, um papel foi colocado embaixo da mesa e, depois de poucos minutos, nele achamos escrito Charley T. Dood, exata­mente o seu nome. Em tal caso, é certo que não havia maqui­nismo algum sob o móvel, e só nos resta perguntar se era possível que a Sra Marshall tirasse as suas botinas, segurasse o papel e o lápis com os dedos do pé, escrevesse um nome que lhe era preciso adivinhar e recalçasse as botinas, sem afastar as mãos de cima da mesa e sem dar indício do trabalho que executava, operando desse modo.

  • Oxon

    ____O Sr. Oxon estudou por muito tempo essas manifestações. Leiamos o seu testemunho:
    ____Hácinco anos que estou familiarizado com o fenômeno da escrita direta. Observei-o em grande número de casos, seja com psiquistas conhecidos do público seja com senhoras ou cavalheiros que possuíam o dom de produzi-lo.
    ____No curso das minhas observações, vi escrita direta obtidas dentro de caixas fechadas, num papel escrupulosamente marcado e colocado embaixo da mesa, na sombra, num papel seguro debaixo do meu cotovelo ou coberto pela minha mão, num papel encerrado em um invólucro lacrado e sobre lousas presas umas às outras.
    ____O eminente professor da Faculdade de Oxford confirma a observação do Barão de Guldenstubbé, no que se refere ao emprego do lápis, que não é sempre utilizado pelos Espíritos.
    ____Achava-me na casa de um amigo íntimo, com mais três pessoas. O papel, cuidadosamente marcado com as minhas iniciais, foi posto no chão com um lápis preto comum. Um de nós, sentindo o lápis junto de seus sapatos, assentou o pé sobre ele e assim o conservou preso até ao fim da sessão. Entretanto, a escrita apareceu no papel, e procuramos saber como isso se fizera, certos de que o lápis não fora utilizado. O papel continha os sinais e não havia sido afastado do lugar. Repetimos a experiência na mesma semana, e secretamente concebi um meio de esclarecer a coisa. Levei um lápis verde brilhante e, sem que os outros o vissem, coloquei-o em substituição ao lápis preto, conservando meu pé sobre ele durante todo o tempo. Quando examinamos o papel, vimos que a escrita, composta de ligeiras garatujas, era de uma cor verde. O lápis tinha, pois, sido utilizado de um modo para mim desconhecido. Creio que esse caso é freqüente e que as escritas são produzidas por alguma outra substância que não seja a do lápis.

  • Zollner
    ____Eis duas observações de Zollner sobre o mesmo assunto:
    ____Na tarde seguinte (sexta-feira, 16 de novembro de 1877), coloquei uma mesa de jogo e quatro cadeiras em uma sala onde Slade ainda não havia entrado. Depois que Fechner, o professor
    ____Braune, Slade (o médium) e eu colocamos nossas mãos entrelaçadas sobre a mesa, ouviram-se pancadas no móvel. Eu tinha comprado uma lousa, que marcamos: um fragmento de lápis foi sobre ela colocado, e Slade pôs a lousa parcialmente sob a beira da mesa; minha faca foi subitamente projetada à altura de um pé, e depois caiu sobre a mesa... Repetindo-se a experiência, verificamos que o fragmento de lápis, cuja posição havia sido assinalada, estava no mesmo lugar. A lousa dupla, depois de bem limpa e munida internamente de um pedaço de lápis, foi, então, por Slade sustentada sobre a cabeça do professor Braune. Ouviu-se o ruído do lápis e, quando se abriu a lousa, nela foram encontradas diversas linhas de escrita.
    ____Vimos que, em casa de Zollner, um forte biombo de madeira foi despedaçado pelos Espíritos. O ilustre astrônomo perguntou a Slade o que isso significava: Slade respondeu que esse fenômeno às vezes se dava em sua presença. Enquanto este falava, conservando-se de pé, colocou um pedaço de lápis na superfície polida da mesa; cobriu-o com uma lousa e, quando Slade a virou, aí se puderam ler as seguintes palavras em inglês: Não era nossa intenção causar-vos prejuízo; perdoai-nos o que sucedeu. A produção da escrita, nessas condições, fez-se enquanto as duas mãos de Slade estavam imóveis.

"O FENÔMENO ESPÍRITA" - Gabriel Delane - páginas 119/123
www.autoresespiritasclassicos.com/.../Gabriel%20Delanne%20-%20O%20Fenômeno%20Espírita.doc
www.luzespirita.com/livros/gabriel/oespiritismoperanteaciencia.pdf
(Links desativados)

(39) Barão de Guldenstubbé - La Réalité des Esprits, págs. 66
(40) No fim da obra do Barão de Guldenstubbé encontram-se fac-símiles dessas escritas.
(41) Wallace - Les Miracles et le Moderne Spiritualisme, págs. 182, 183.

Ver também:
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