Muitas
vezes nos perguntamos como pode haver materialistas quando, tendo
eles passado pelo mundo espiritual, deveriam ter do mesmo a intuição; ora,
é precisamente essa intuição que é recusada a alguns Espíritos que,
conservando o orgulho, não se
arrependeram das suas faltas. Para esses tais, a prova consiste na aquisição, durante a vida corporal e à custa do próprio
raciocínio, da prova da
existência de Deus e da vida futura que têm, por assim dizer,incessantemente
sob os olhos. Muitas vezes, porém, a presunção de nada admitir, acima
de si, os empolga e absorve. Assim, sofrem eles a pena até que, domado
o orgulho, se rendem à evidência."
O Céu e o Inferno, 2ª Parte, cap.V, 45. ed. FEB, p. 313-314. ![]() Aos materialistas não faleis de revelação, nem de anjos, nem do paraíso : não vos compreenderiam. Colocai-vos, porém, no terreno em que eles se encontram e provai-lhes primeiramente que as leis da Fisiologia são impotentes para tudo explicar; o resto virá depois. ![]() A crença de que tudo termina para o homem depois da morte, que toda solidariedade cessa com a vida, o conduz a considerar o sacrifício do bem-estar presente em proveito de outro como uma intrujice; daí a máxima: cada um por si durante a vida, uma vez que nada há além dela. A caridade, a fraternidade, a moral, não têm nenhuma base, nenhuma razão de ser. Por que se mortificar, se reprimir, se privar hoje quando, amanhã talvez, não existiremos mais? A negação do futuro, a simples dúvida sobre a vida futura, são os maiores estimulantes do egoísmo, fonte da maioria dos males da Humanidade. É preciso uma virtude bem grande para se deter sobre a inclinação do vício e do crime, sem outro freio além da força da vontade. O respeito humano pode conter o homem do mundo, mas não aquele para o qual o temor da opinião pública é nulo. A crença na vida futura, mostrando a perpetuidade das relações entre os homens, estabelece entre eles uma solidariedade que não termina no túmulo; ela muda, assim, o curso das ideias. Se essa crença fosse apenas um espantalho, seria temporária; mas como sua realidade é um fato adquirido pela experiência, ela está no dever de a propagar e de combater a crença contrária, no interesse mesmo da ordem social. É isso o que faz o Espiritismo, e com sucesso, porque dá as provas, e porque, em definitivo, o homem prefere ter a certeza de viver feliz em um mundo melhor, como compensação às misérias deste mundo, do que crer estar morto para sempre. O pensamento de se ver aniquilado para sempre, de crer os filhos e os seres que nos são caros, perdidos sem retorno, sorri a um bem pequeno número, crede-me; por isso os ataques dirigidos contra o Espiritismo em nome da incredulidade têm tão pouco sucesso, e não o abalaram um instante. Allan Kardec [78 - Terceiro diálogo - O Padre] ![]() [97 - página 22] ![]() A ciência infatigável procura, agora, a matéria-padrão, a força-origem, simplificadora, da qual crê emanarem todos os compostos, e é nesse estudo proveitoso que ela própria, afirmando-se atéia, descrente, caminha para o conhecimento de Deus. Livro: EMMANUEL ![]() O fim do materialismo Pelos rumos que as novas teorias e conhecimentos vão assumindo e pelo grau cada vez maior de aceitação que vão encontrando junto a pesquisadores dos diversos campos das ciências físicas, biológicas e sociais ou humanas, é lícito esperar que, caso nossa humanidade sobreviva à sua própria insanidade e supere suas crises, os séculos futuros irão identificar o século XX como uma longa época de obscurantismo filosófico-científico, não obstante a extensa gama de quinquilharias que a tecnologia nos vem doando nas últimas décadas.O fenômeno social que pode ser inferido de nossa época (e provavelmente de todas as outras, embora em doses mais módicas, em função dos meios de comunicação obsoletos de antanho) diz respeito ao fato de os conceitos filosóficos e científicos temporais de uma "elite" intelectual (refiro-me aqui como intelectual àquele reduzido número de indivíduos de quem emanam novas ideias, teorias e descobertas e não à maioria que apenas faz absorver o conhecimento por eles doado) penetrarem de cima para baixo na pirâmide cultural das sociedades e serem assimiladas como verdades definitivas, dando origem ao "espírito da época", sob a forma de conceitos difusos e amplos, inteiramente dissociados em termos de consciência individual e/ou coletiva, da credibilidade das ideias que lhes deram origem e das fontes dealimentação cultural que se mantêm isoladas e todo-poderosas no ápice da pirâmide.Nós, cá embaixo, sofremos como que o impacto de ondas especulativas do conhecimento acadêmico e, caso não tenhamos onde nos bem segurar, somos levados de roldão. Infelizmente, à maioria das pessoas se torna impossível discernir entre o conhecimento estável e definitivo (quase nada) e o que se constitui em mera especulação filosófica, teórica e mesmo empírica nos diversos ramos da ciência (inclusive a política e a economia). E sendo a vida razoavelmente curta e a desmistificação de conceitos tradicionais, ainda que equivocados, relativamente lenta, o homem morre, no mais das vezes, sem descobrir que foi literalmente enganado por toda uma vida e que as "verdades" com as quais edificou seus valores filosóficos (se é que os tinha) não passavam de meias-verdades ou mesmo erros gigantescos.Quem vem acompanhando as modificações do pensamento filosófico-científico começa a sentir o aroma de terras já dantes navegadas, embora com as transformações ditadas pelo tempo. Parece que estamos iniciando um árduo caminho de volta, que começamos a abandonar uma era de materialismo que, se em muitos casos não se manifesta nas ideias individuais expressas, está presente como um todo no comportamento da humanidade, apesar da resistência do "espírito de época". Mas as novas ondas emanadas do ápice da pirâmide hão de chegar até nós, mais cedo ou mais tarde, com força crescente, transformando os conceitos daquela maioria cujo destino parece ser o de se deixar levar ao sabor das ondas. Como Koestler percebeu, se "a própria matéria foi desmaterializada pelos físicos, o materialismo não pode maisapresentar-se como filosofia científica".http://www.xenia.com.br/jornal/jano.htm (Link desativado) ![]()
Apanhadas de relance, tais palavras parecem justas; mas são realmente tão destituídas de razão como a incredulidade do tropical que não acreditasse no endurecimento da água por nunca ter visto gelo. Ele aprecia demasiado aquilo a que os nossos críticos chamam a enorme improbabilidade da existência de uma força que não figura nas suas experiências nem nas de sua tribo. Todo o argumento contrário se resume no seguinte: “O testemunho negativo de muitos deve suplantar a afirmação de poucos.” O testemunho negativo de mil pessoas que nunca viram um caso de sonambulismo ou a queda de um meteoro deve suplantar, segundo eles, o de dez observadores cuidadosos!
As pessoas que desprezam um fato da Natureza, por não ser ele conhecido e aceito pela maioria, têm uma inteligência tão acanhada e tão pouco racional como a do índio incrédulo. “Como sabemos – pergunta o falecido professor Morgan – que as sequências são invariáveis, que o que se tem dado se há de dar sempre?” O argumento, porém, não tem essa força compressiva. o espírita não é obrigado a crer na revogação das sequências invariáveis. Os fenômenos psíquicos têm sido reconhecidos pelos poucos homens inteligentes que os observaram e são acreditados por muita gente em todas as épocas, exceto talvez na nossa. (Ver: Grandes cientistas) [97 - página 44] ![]()
Somente a segunda parte dessa asserção pode ser real.O físico e Professor Tyndall, que não tem por hábito favorecer os espíritas, confessa com franqueza que nenhuma teoria do materialismo mostra o meio de transpor-se o abismo existente entre as moléculas e os fenômenos da alma. Entretanto, ele crê que “a matéria encerra em si a promessa e a força potencial de toda a vida terrestre” e acrescenta: “Jamais arriscarei uma opinião sobre o modo pelo qual ela adquire esse poder.” Parece ser assim favorável à antiga doutrina dos hilozoístas, de que a vida e a matéria são inseparáveis, doutrina que se tem apresentado sob várias formas. Respiga ...
Achamos assim Tyndall em boa companhia, e não podemos colocá-lo ao lado de Huxley que, admitindo que seu organismo execute certas funções mentais, acredita que estas dependem da sua composição molecular e findam na morte. (*)
(*) Na Fortnighty Review de novembro de 1886, o sábio Huxley protesta contra o fato de lhe chamarem materialista. Diz que pelo fato de afirmar serem os fenômenos da consciência conexos com os do organismo, não se deve concluir ensinasse terem eles a mesma fonte. (Nota do tradutor.)
![]() Cena do filme "O Diário de Um Espírito" onde é contada uma passagem verídica da história do Dr. Bezerra de Menezes em que ele responde ao desafio de um expectador materialista. |

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