Determinismo e livre-arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção dos homens. [41a - página 83]
A Doutrina Espírita admite no homem o livre-arbítrio em toda a sua plenitude e, se lhe diz que,
praticando o mal, ele cede a uma sugestão estranha e má, em nada
lhe diminui a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, o que evidentemente lhe é muito mais fácil do que lutar
contra a sua própria natureza. Assim, de acordo com a Doutrina Espírita, não há arrastamento irresistível: o homem pode sempre cerrar ouvidos à voz oculta que lhe fala no íntimo, induzindo-o ao mal, como pode cerrá-los à voz material daquele que lhe fale ostensivamente. Pode-o pela ação da sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando, para tal fim, a assistência dos bons Espíritos. Foi o que Jesus nos ensinou por meio da sublime prece que é a oração dominical, quando manda que digamos: "Não nos deixes sucumbir à tentação, mas livra-nos do mal." Conseguintemente, as faltas que cometemos têm por fonte primária a imperfeição do nosso próprio Espírito, que ainda não conquistou a superioridade moral.
Resumo
Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido. Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene. Desprendido da matéria e no estado de erraticidade, o Espírito procede a escolha de suas futuras existências corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja chegado e é nisso, como temos dito, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio. Esta liberdade, a encarnação não a anula. Se ele cede à influência da matéria, é que sucumbe nas provas que por si mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido lhe é invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos. Sem o livre-arbítrio, o homem não teria nem culpa por praticar o mal, nem mérito em praticar o bem. E isto a tal ponto está reconhecido que, no mundo, a censura ou o elogio são feitos à intenção, isto é, à liberdade de pensar.
Mesmo nas piores posições expiatórias a consciência goza dos direitos inerentes
ao livre-arbítrio.Imaginemos um delinqüente monstruoso, segregado na penitenciária. Acusado de vários crimes, permanece privado de toda e qualquer liberdade na enxovia comum. Ainda assim, na hipótese de aproveitar o tempo no cárcere, para servir espontaneamente à ordem e ao bemestar das autoridades e dos companheiros, acatando com humildade e respeito as disposições da lei que o corrige, atitude essa que resulta de seu livre-arbítrio para ajudar ou desajudar a si mesmo, a breve tempo esse prisioneiro começa por atrair a simpatia daqueles que o cercam, avançando com segurança para a recuperação de si mesmo. [ 83 - página 92 ]
Deus quer que todos os seus filhos tenham a própria individualidade,
...
Somente exige — e exige com rigor — que a justiça seja cumprida e respeitada. «A cada um será dado segundo as suas obras.» Todos receberemos, nas Leis da Vida,...
De conformidade com os Preceitos Divinos, podemos viver e conviver uns com os outros, consoante os padrões de escolha e afetividade que elejamos; entretanto, em qualquer plano de consciência, do mais inferior ao mais sublime, o prejuízo ao próximo, a ofensa aos outros, a criminalidade e a ingratidão colhem dolorosos e inevitáveis reajustes, na pauta dos princípios de causa_e efeito que impõem amargas penas aos infratores. Somos livres para desenvolver as nossas tendências, cultivá-las e aperfeiçoá-las, mas devemos concordar com os Estatutos do Bem Eterno, cujos artigos e parágrafos estabelecem sejam feitas e mantidas, no bem de todos e no amparo desinteressado aos outros, as garantias de nosso próprio bem. [73 - página 103 ]
A liberdade de que gozam oshabitantes terrestres não
é, nem poderiaser, de caráter absoluto,
dianteda condição do nosso mundo de expiações e provas.
Da liberdade plena só gozam, por conquista, os Espírito puros,aqueles que chegaram ao ápice daescala evolutiva e que se colocam aserviço do Criador, a InteligênciaSuprema. Jesus é o exemplo e omodelo para a Humanidade terrestre. Revista
"Reformador"
Uma parte fundamental de nossas vidas envolve a noção do livre-arbítrio. Somos julgados pela sociedade pelas intenções e ações, e as visões sobre o cérebro não conseguem explicar isso. Se corretas, elas significariam que nossas vidas seriam completamente determinadas por nossos genes e pelo ambiente que_nos cerca, e por conseguinte não haveria lugar para as responsabilidades. Você consegue imaginar a situação em que todo mundo que fizesse alguma coisa responsabilizaria suas ações devido a seus genes em combinação com o meio onde vivem? Ninguém mais seria responsável ou teria algum tipo de obrigatoriedade. Felizmente, a sociedade ainda é levada pela noção do livre arbítrio e da responsabilidade pessoal. Estas e outras limitações das visões convencionais levaram os cientistas a procurar alternativas para a explicação da consciência. [100 - página 148]
Do que dissemos anteriormente, ninguém deve tirar a conclusão de que afirmamos que tudo o que acontece, acontece por necessidade do destino, pelo fato de que dizemos que os acontecimentos foram conhecidos de ante-mão. Por isso, resolveremos também essa dificuldade. Nós aprendemos dos profetas e afirmamos que esta é a verdade:
Com efeito, se já está determinado que um seja bom e outro mau, nem aquele merece elogio, nem este, vitupério. Se o gênero humano não tem poder de fugir, por livre determinação, do que é vergonhoso e escolher o belo, ele não é irresponsável de nenhuma ação que faça. Mas que o homem é virtuoso e peca por livre escolha, podemos demonstrar pelo seguinte argumento:
Afirmamos ser destino ineludível que ...
Com efeito, Deus não fez o homem como as outras criaturas. Por exemplo:
I APOLOGIA DE JUSTINO DE ROMA |
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